O comandante do 36º Batalhão de Polícia Militar, major Juliano Amaral, disse em entrevista ao Portal Leouve que as facções estão sim agindo em Farroupilha, mas com uma diferença para as demais cidades da região. Ele alega que na cidade, apesar dos braços, não há lideranças das organizações criminosas residentes no município. Para ele, as facções tem origem em Porto Alegre e região Metropolitana, mas que cada vez tem tido presença na Serra. Segundo o major, o poderio econômico da região pode ser um dos motivadores para isso.
Ainda conforme Amaral, o 36º tem todos os pontos de vendas de drogas na cidade, que sejam de conhecimento através de operações ou por denúncias da comunidade, mapeados e localizados. Isso tem dado respaldo para um monitoramento da corporação que tem efetuados prisões envolvendo tráfico de drogas na cidade.
Ele diz que estes presos podem até representar facções A ou B, mas que são locais.
“Nós não temos nas prisões que fizemos, nos estudos e levantamentos, a presença de líderes ou criminosos que sejam de outras localidades, vendendo ou que são donos das “biqueiras” como a gente chama, dos pontos de venda de drogas em Farroupilha. O que nós temos são os criminosos que são da cidade e que vendem e que acabam trabalhando para determinada facção. Temos as facções, a presença delas, não os criminosos a frente delas agindo na cidade”, disse.
Com relação ao ocorrido na localidade do Burati, onde quatro criminosos morreram em confronto com o 4º Batalhão de Choque e o setor de Inteligência, ele diz que a qualificadora daquele grupo de criminoso não era a venda de drogas, mas que eles vinham trabalhando para as facções para fazer o que eles chamam de “limpeza de território”, que é matar os desafetos para que outra facção tome conta daquele ponto de vendas.
O local onde eles estavam era apenas a base escolhida devido a localização, porém, os crimes que eles cometeram foram em outras cidades, como Bento Gonçalves e Caxias do Sul.
O major reforçou que o 36º BPM, está focado, já há alguns anos, no combate ao tráfico de drogas e que essas operações irão continuar ao longo dos próximos meses, com a presença do policiamento nas comunidades. Ele também pede que a população continue com as denúncias de locais suspeitos.