O bloqueio no trânsito na ERS-122, em Forqueta, para mostrar como seria o funcionamento de um semáforo é uma das maneiras encontradas por moradores para chamar atenção para um problema que se arrasta há anos. A mobilização por mais segurança no acesso ao bairro está programada para as 17h de sexta-feira (16). O objetivo é solicitar providências à Concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), responsável pela rodovia desde 2023.
O grupo que está organizando o protesto disse ter conversado com o comando do Grupo Rodoviário de Farroupilha para explicar como será o ato. Segundo eles, a ideia é fechar um dos sentidos da rodovia entre Caxias e Farroupilha por um minuto. Após, o trânsito será liberado e os manifestantes fecharão, também por um minuto, o outro lado da rodovia.
Os moradores esperam que, com o apoio da comunidade, a CSG tome medidas urgentes para resolver a situação e garantir um tráfego mais seguro e eficiente na área. O tema inclusive tem sido motivo de disputa entre a prefeitura e a concessionária após a morte de um motorista de um carro que tentava entrar no bairro pela ERS-122 e se envolveu em uma colisão fatal com um caminhão na noite de 26 de julho.
O município ingressou na Justiça para instalar um semáforo no local, mas o pedido foi indeferido em primeira instância. Agora, a prefeitura disse que recorrerá ao Tribunal de Justiça para garantir a colocação do equipamento. A CSG, por sua vez, diz que está no plano a construção de uma rotatória alongada, prevista no contrato de pedágio. A empresa também anunciou recentemente que abrirá um retorno próximo ao posto da Polícia Rodoviária Estadual para facilitar os acessos ao bairro.
Risco a cada travessia
Enquanto a solução não chega, Everson Barcelos, residente há cerca de 13 anos em Forqueta, relata as dificuldades que os moradores enfrentam ao tentar acessar o bairro.
“A principal dificuldade que enfrentamos é o acesso ao bairro através da ERS-122, que se tornou extremamente perigoso, especialmente em horários de pico. A travessia está quase impossível e, por isso, pedimos que os órgãos competentes tomem providências urgentes em nosso favor e não abandonem Forqueta. Inicialmente, solicitamos a instalação imediata do semáforo para evitar a perda de vidas, acidentes e danos materiais aos moradores. Em segundo lugar, exigimos que a empresa responsável pela concessão da rodovia apresente, com urgência, um projeto concreto para melhorar a segurança do acesso ao bairro. Essa melhoria não pode ser adiada para daqui quatro ou cinco anos; precisamos que as obras comecem em no máximo cinco ou seis meses.”, destaca o morador.
O subprefeito de Forqueta, Deivid Ilha, destacou a importância da manifestação que será realizada e pediu o apoio da comunidade para mostrar a força do bairro. Ele ressaltou que o objetivo é garantir uma solução imediata para os problemas enfrentados.
“A comunidade está em busca de uma solução provisória para a situação atual, e a proposta é implementar um sistema semafórico no local. Apesar da tentativa frustrada do município, devido à decisão judicial e à falta de concordância da CSG, os moradores se viram sem alternativas, além de realizar uma manifestação para sensibilizar o Judiciário e o Governo do Estado, que agora são responsáveis pela decisão.
Até o momento, o Governo do Estado não se posicionou oficialmente sobre o pedido, e a situação precisa ser resolvida com urgência. A solução provisória, que é a instalação de um semáforo, é necessária, além de exigir o adiantamento da execução do projeto previsto no contrato de concessão da CSG. Isso pode incluir a construção de uma passagem elevada ou uma rotatória, com todos os parâmetros de segurança adequados para garantir mais proteção aos moradores.
Neste momento, a comunidade planeja uma manifestação pacífica e controlada, com o apoio da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), para demonstrar a força da comunidade Forqueta e reivindicar melhorias. A recente perda de vidas, como o atropelamento de uma senhora e o acidente envolvendo o morador Seu Marcos, reforça a urgência da situação.”
Deivid ainda destaca que durante a manifestação, que ocorrerá das 17h às 17h30, o trânsito pode ficar congestionado e lento. Ele pede que evitem trazer crianças e animais devido à interrupção e alternância do tráfego.
Catarina Mello, 39 anos, nascida e criada em Forqueta, explica o que os moradores desejam em relação ao acesso à comunidade.
“Buscamos uma solução rápida e definitiva. Embora reconheçamos que a instalação do semáforo é uma medida provisória, é o que temos disponível no momento. Portanto, pedimos que a implementação seja feita sem demora.”
Obra
A CSG foi procurada pela reportagem na manhã de terça-feira (13), para falar sobre os prazos da obra, que já teve início, contudo, informou que ainda não tem posicionamento sobre o assunto.
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