VIOLÊNCIA

Pesquisa aponta percepções das mulheres sobre violência doméstica

2 em cada 10 brasileiras já sofreram ameaça de morte de parceiros

Pesquisa aponta percepções das mulheres sobre violência doméstica Pesquisa aponta percepções das mulheres sobre violência doméstica Pesquisa aponta percepções das mulheres sobre violência doméstica Pesquisa aponta percepções das mulheres sobre violência doméstica
Pesquisa é do Instituto Patrícia Galvão e da Consulting do Brasil. | Foto: Freepik / Reprodução
Pesquisa é do Instituto Patrícia Galvão e da Consulting do Brasil. | Foto: Freepik / Reprodução

Duas em cada dez mulheres (21%) já foram ameaçadas de morte por parceiros atuais ou ex-parceiros românticos e seis em cada dez conhecem alguma mulher que vivenciou essa situação, no Brasil. Os números foram divulgados pelo Instituto Patrícia Galvão, nesta segunda-feira (25), Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher.

A pesquisa “Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio” foi realizada em parceria com o Instituto Consulting Brasil e apoio do Ministério das Mulheres.

O levantamento mostra ainda que seis em cada dez mulheres ameaçadas romperam com o agressor, após a intimidação, sendo essa decisão mais comum entre as vítimas negras do que entre as brancas. Ao todo, o levantamento entrevistou 1.353 mulheres com mais de 18 anos entre os dias 23 e 30 de outubro.

Embora 44% das vítimas tenham ficado com muito medo, apenas 30% delas prestaram queixa à polícia e 17% pediram medida protetiva, mecanismo que pode determinar que o agressor fique longe da vítima e impedido de ter contato com ela.

Para a maioria das brasileiras (60%), a sensação de que os agressores não pagam pelo mal que fazem tem relação com o aumento dos casos de feminicídio. Para 42% das participantes concordaram com a afirmação de que as mulheres ameaçadas de morte imaginam que os agressores jamais vão colocar em prática o que prometem, ou seja, acham que a ameaça não representa um risco real de serem assassinadas por eles.

Ao mesmo tempo, há, no país, um contingente de 80% de mulheres avaliando que, embora a rede de atendimento às mulheres seja boa, não dá conta da demanda. Em relação a formas de enfrentamento à violência, proporção idêntica destaca as campanhas de estímulo a denúncias e as redes sociais como ferramentas poderosas.

Uma parcela significativa, também de 80%, pensa que nem a Justiça, nem as autoridades policiais encaram as ameaças e denúncias formalizadas com a seriedade devida. Também são maioria (90%) as respondentes com a opinião de que as ocorrências de feminicídio aumentaram nos últimos cinco anos.

Como encontrar informações sobre violência contra a mulher e pedir ajuda

A versão completa da pesquisa pode ser lida no site do Instituto Patrícia Galvão, onde também é possível encontrar dados sobre os diversos tipos de violência.

Há, ainda, diversas formas de pedir socorro, caso seja necessário. Entre elas, o telefone 180, específico para atender vítimas de violência doméstica, as delegacias especializadas no atendimento à mulher e a Casa da Mulher Brasileira, que tem dez unidades espalhadas pelo país (Campo Grande; Fortaleza; Ceilândia, no Distrito Federal; Curitiba; São Luís; Boa Vista; São Paulo; Salvador; Teresina; e Ananindeua, no Pará).

Informações: Agência Brasil.