Em 24 horas, Justiça libera criminosos presos com fuzil de guerra em Bento Gonçalves

Um dia, ou, 24 horas. Esse foi o período que dois criminosos detidos com arsenal bélico em Bento Gonçalves ficaram presos. Em audiência de custódia realizada na segunda-feira (16), ambos tiveram concedida liberdade provisória e a não homologação da prisão em flagrante. A decisão foi assinada pela Juíza de direito Fernanda Ghiringhelli de Azevedo. O Ministério Público (MP) havia solicitado a prisão preventiva da dupla por “garantia da ordem pública”. Os dois homens, de 32 e 19 anos, foram presos na tarde do domingo (15) com um fuzil calibre 7.62, modelo AK-47; uma espingarda calibre .12 semiautomática e uma pistola com seletor de rajadas.

A decisão da Justiça

A decisão da magistrada é baseada em relatos dos presos de que supostamente teriam sofrido agressões por parte dos agentes envolvidos na ação. Em parte da decisão, cita-se: “não bastassem as lesões constatadas nos flagrados, não há, nos relatos dos policiais militares, qualquer referência a eventual resistência por parte de xxx e xxx, que justificasse uso de força para contê-los. Nesse contexto, não há como se homologar o auto de prisão em flagrante, sob pena de se compactuar com a violência praticada por agentes públicos que, infelizmente, não é incomum no Brasil”.

As lesões apontadas em processo, em conformidade com o exame de corpo de delito, são: em um dos detidos “leve edema e eritema malar à esquerda” e, em outro “presença de leve edema e eritema torácico lateral à esquerda. escoriação irregular em primeiro espaço interdigital da mão direita. presença de edema e mancha equimótica vermelha-arroxeada, de bordas esmaecidas e mal delimitadas, localizadas na região lateral da coxa esquerda (10.0cm por 7.0 centímetros) e perna esquerda, leve escoriação superficial em face medial do joelho esquerdo e tornozelo esquerdo”.