Política

O que dizem vereadores de oposição e situação sobre impeachment de Guerra

O que dizem vereadores de oposição e situação sobre impeachment de Guerra

A leitura de toda peça processual com 3,9 mil páginas, solicitada pela Procuradora-geral de Caxias do Sul e representante de Daniel Guerra no processo de impeachment, abriu brecha para fortes declarações na Câmara de Vereadores nesta sexta-feira (20). Enquanto alguns parlamentares se revezam para ler o processo, outros reforçam seus ideias, como é o caso do vereador Elói Frizzo (PSB).

Segundo ele, Guerra feriu a Constituição Federal ao proibir a utilização da Praça Dante Alighieri, entre outros fatores. Veja a declaração na íntegra ao Portal Leouve:

“É um direito, mas é uma atitude irresponsável por parte da procuradora solicitar a leitura de todas as peças. As quais ela tem perfeito conhecimento e os vereadores também tem. Então, na realidade é uma estratégia de defesa, tentar desgastar, tentar cansar as pessoas. Eu entendo de forma muito clara que aquilo que é competência da Câmara analisar, se tem infração político-administrativa ou não é o que está sendo julgado aqui. Para que a população entenda, não se julga aqui crime de responsabilidade. Crime de responsabilidade é o prefeito pegar recurso do fundo municipal de desenvolvimento rural e pagar viagem de 27 agricultores e 3 técnicos da secretaria. Isso é crime de responsabilidade, é apropriação inadequada de um recurso que é específico para o desenvolvimento rural. Isso vai ter que ser tratado a nível do poder judiciário.

O que nós estamos tratando aqui é por exemplo, a edição de um decreto, pelo prefeito, que revoga o artigo 5º da Constituição Brasileira, que garante o direito de reunião e de manifestação, tanto politica, quanto religiosa, quanto filosófica. Então o prefeito descobriu que em um decreto dele ele podia trancar a benção dos freis capuchinhos, impedir a parada livre e qualquer outra atividade na praça e só permitir as que lhe convinham. Então, nesse sentido, o que está sendo julgado aqui é basicamente isso e também a desconformidade com relação às obras do Postão. O Postão ficou um ano fechado por uma obra de R$ 2 milhões. Foi o que foi gasto em uma repintura e na compra de duas, três camas. Foi isso a grande obra do Postão.

O Conselho Municipal de Saúde, obrigatoriamente, por lei, ele deve se manifestar, deve ser ouvido, e foi passado por cima dele. Como passaram agora à meia-noite, sem PPCI, sem ouvir o conselho, sem manifestar nada, de uma forma autoritária. A minha posição aqui é muito clara, é a favor do impedimento. Porque efetivamente esse prefeito já deu o que tinha que dar. É um atraso pra cidade, a cidade não progride, comprou briga com meio mundo, todas as entidades representativas de Caxias do Sul. E se nós deixarmos esse prefeito mais um ano ai, significa mais dois ou três anos de atraso para a cidade.

É irresponsabilidade total. Bateu o desespero e tão cometendo um monte de ilegalidades. No fim eram secretários enchendo seus carros de documentos, depois vamos ter que promover uma busca e apreensão de documentos na prefeitura que estão sumindo. Então nesse sentido quem assumir a prefeitura vai ter que assumir essas responsabilidades, caso seja aprovado aqui o pedido de impedimento. Ele sabe que errou, sabe que tá cometendo irregularidades e que vai pagar o preço por isso politicamente. Essa é a posição da Câmara, provavelmente de sua maioria, no ponto de vista de dar um basta nesse desgoverno, essa trancada da cidade como um todo. Para Caxias voltar a se desenvolver, voltar a ter diálogo e paz”.

Já o vereador Renato Nunes, voz ativa de Daniel Guerra na Câmara, ressalta que não há nenhum tipo de crime. Ele acredita que o prefeito não será cassado. Veja a declaração na íntegra ao Portal Leouve:

Quero aqui reafirmar que tudo isso que está acontecendo em Caxias, já estamos no sétimo pedido de impeachment em três anos, isso nunca aconteceu, isso é inédito, é lamentável o que está acontecendo na nossa cidade. Por que? Porque o nosso prefeito Daniel Guerra está enfrentando uma grande perseguição política. De quem? De quem perdeu as eleições passadas, foram 21 partidos, que o povo mandou pra casa, porque o povo decidiu. Eles já estavam três mandatos, 12 anos no governo e o povo disse “não, vamos trocar. Vamos eleger o Daniel Guerra”. E o Daniel Guerra, nosso prefeito, foi eleito com uma votação histórica, aproximadamente 150 mil votos. A grande maioria da população elegeu o Guerra. Então, quem elegeu, quem contratou que tire e que contrate outro, ali na frente em outubro nas eleições, não dois ou três vereadores que estão tentando induzir os outros, fazer com que os vereadores votem pelo impeachment. Não há crime, é tudo coisa requentada, que já foi falado nos outros pedidos de impeachment.

Aliás, esse sétimo pedido de impeachment é mais um pedido do ex-vice prefeito, que nunca foi vice, nunca assumiu a posição dele de trabalhar pela cidade. Logo após o Daniel Guerra ter sido eleito prefeito, juntamente com o sr. Ricardo Fabris de Abreu, que era pra ter sido vice e nunca foi, ele começou a brigar com o Guerra, ele queria mandar mais que o Guerra. O prefeito não tinha nem tomado posse ainda e ele já estava brigando. Brigou com o presidente do partido, saiu do partido pelo qual ele foi eleito, foi para outro partido, dali uma semana foi para outro partido. Renunciou, ‘desrenunciou’. Uma pessoa confusa, que não tem credibilidade nenhuma. É ele quem fez, juntamente com outros três ou quatro vereadores que querem tirar o Guerra, esse pedido de impeachment. Alegando que o prefeito proibiu as pessoas de usar a praça. É mentira, o prefeito fez um decreto que organizou isso, que deixou de igual para igual os eventos na Praça Dante Alighieri e em outros espaços públicos. A pessoa tem que fazer um requerimento, se for até 5 mil pessoas tem que ter um mês de antecedência, se for mais de 5 mil pessoas tem que ter 60 dias de antecedência, tem que apresentar documento. Se vai ter um palco metálico, uma estrutura metálica, tem que ter assinatura de um profissional, esse tipo de coisa. Então ele organizou para todos, inclusive para a própria igreja católica a qual ele pertence. Ai disseram que ele proibiu a Parada Livre, que proibiu de utilizar a praça, que tava descriminando. Isso é mentira.

A questão do Postão por exemplo, os vereadores aqui viviam reclamando do Postão, que ele estava um caos, que acontecia até chuva de fezes. Ai o prefeito vem, se disponibiliza a fazer uma grande reforma, que agora entregamos ai um Postão novinho em folha. Claro que demorou um pouco mais do que o planejado, porque a reforma foi muito grande, muito complexa. Tu abre uma parede e acha que é uma coisa e é outra. Aquelas paredes são cheias de oxigênio, água, parte elétrica, uma série de coisas que tem no hospital. Então demorou um pouquinho, a gente lamenta que demorou, mas em compensação valeu a pena. Não foi só a reforma da estrutura não, mas teve equipamentos novos, tudo novo.

Um sujeito que não goza de credibilidade nenhuma. Pura vingança política, raiva, ódio, magoa do nosso prefeito. Lamentável, muito triste, mas estou com esperança, com fé, acreditando, como líder do governo. Isso é um golpe político, querem tomar o poder a força. Eu já desafiei e desafio aqui. Que tirem o prefeito se forem capazes, se tiverem condições, se tiverem um bom candidato, coisa que eles não tem, uma boa campanha. Tirem o prefeito Daniel Guerra ali em outubro e deixem o povo decidir”.