Estamos em plena discussão sobre o futuro da cidade, Cresceremos para o alto já que para os lados os limites são estreitos e crescer é inevitável. Mas há como controlar este desenvolvimento para evitarmos a antropofagia. Não queremos a cidade engolida por arranha-céus e perdendo certas características de cidade progressista porém interiorana.
Recentemente grandes empresas de comunicação do país, alertados por legítimos interessados apresentaram reportagem que chamam a atenção para uma invasão de loteamentos chiques em áreas de proteção da denominação geográfica do Vale dos Vinhedos.
O turismo enogastronômico se desenvolveu graças a características únicas de nosso relevo e da produção vitivinícola intensiva e concentrada em pequeno espaço. A exploração turística é uma forma de agregar valor à propriedade e à indústria do vinho, mas também uma forma de diversificar oportunidades de empreender.
Recentemente, entretanto, veio o interesse da expansão imobiliária. E este passou a se tornar fonte de preocupação.
Não desvirtuar, não tornar uma mentira o que tem origem histórica de sofrimento, superação e manutenção das tradições da imigração. O que se poderia chamar de turismo raiz.
Aliás, os próprios empreendimentos que se instalam e tentam abocanhar uma fatia do ouro que está no pote chamado Vale dos Vinhedos ou qualquer outra das rotas que se firmaram na região, também precisam se entender. De um lado baldada até às três da manhã, duas vacas e uma taipa depois se deseja oferecer paz, sossego e aromas típicos do interior. O conflito está estabelecido. São as dores do crescimento, a briga por um lugar ao sol que sempre movimentou a humanidade. Crescer é inevitável. Mas, se já é preciso impedir este inchaço urbano, que se dirá da ocupação desordenada e desenfreada em zonas rurais.