Menopausa: uma visão espírita e metafísica

Na conceituação científica a menopausa ocorre quando as mulheres, por volta dos 50 anos, deixam de menstruar em decorrência da diminuição da produção hormonal. Nos homens este momento é definido como andropausa, onde ocorre um declínio na produção de certos hormônios, como a testosterona.

Mas como este fenômeno por assim dizer, é explicado pela metafísica e o espiritismo?

Dentro da visão da dualidade do ser – corpo e espírito. A interação com o mundo extrafísico ocorre através do sistema endócrino. Melhor dizendo, a questão envolve principalmente a glândula pineal e a hipófise. A Pituitária ou hipófise localizada na base do encéfalo produz hormônios que regulam o funcionamento das demais glândulas do corpo. A epífise ou pineal está situada na região central do cérebro e possui uma função de comunicabilidade, em razão disso é conhecida como “terceiro olho”. Resumindo, a hipófise responde ao corpo e a pineal ao espírito estando vinculadas uma a outra.

René Descartes dedicou parte de seus estudos em acreditar que a glândula pineal estabeleceria uma importante ligação com a alma. Em suas obras “De Homine” e “Meditationes” ele faz considerações significativas de como o corpo afeta a mente e a mente afeta o corpo, explicando de forma sistemática a questão que envolve este dualismo, estando além de nossa capacidade à compreensão como interagem estes dois elementos, mas que certamente agem mutuamente. No Egito antigo a pineal era conhecida como o “Olho de Hórus”, usado como proteção, sendo um dos amuletos mais populares do mundo. Segundo a lenda seria a união da visão humana com a do falcão. Muitas obras espíritas e filosóficas remetem que o desenho do Olho de Hórus seria esta glândula numa referência a interação espiritual. Onde a pupila seria o tálamo, o canto esquerdo do olho a glândula pineal, a sobrancelha o corpo caloso, o rabo curvado o bulbo raquidiano e a lágrima o hipotálamo e a hipófise. Na Maçonaria em específico o “Olho Onividente” estaria em semelhante significado numa simbologia com o Grande Arquiteto do Universo.

Feito estas considerações científicas e filosóficas, ingressaremos numa investigação espírita. Segunda esta visão o corpo serve de roupagem ou aprisionamento do espírito, limitando sua ação ao mundo material, com o objetivo de aperfeiçoamento do indivíduo. Ocorrendo uma batalha incessante de libertação.

Quando jovem, ainda nos primeiros anos de vida, percebemos que a criança possui uma percepção maior do mundo espiritual, muitas vezes com o olhar vago, como observando algo que não enxergamos. A fragilidade do corpo faz com que o espírito atue de forma mais perceptiva, uma vez que o sistema glandular ainda está em formação.

Com o passar dos anos e o sistema hormonal formado, o corpo se torna vigoroso, atenuando cada vez mais a interferência espiritual.

Até que a senioridade chega e ocorre o declínio do corpo pelo envelhecimento e consequente queda na produção hormonal. Ocasionando um efeito inverso quando do início da vida, um exemplo deste fenômeno ocorre quando a pessoa está muito enferma e começa a falar ou enxergar os antepassados como se ali estivessem, pois o espírito começa a retomar sua percepção. Essa é a razão de embora não desejarmos a morte, vamos aceitando-a, sem ficarmos aterrorizados com sua proximidade, visto que o espírito tem a consciência para onde vamos, mesmo que o consciente ainda não saiba.

A menopausa ou andropausa, não é outra coisa que a preparação para o desencarne, de forma suave, como um desligamento delicado do corpo, preparando o regresso à pátria espiritual, aonde é nossa verdadeira morada, ao lado do Altíssimo.

“Ninguém tem o poder de dominar o próprio espírito; tampouco tem poder sobre o dia da sua morte e de escapar dos efeitos da guerra; nem mesmo a maldade livra aqueles que a praticam”. Eclesiastes 8:8

Escrito por Mauro Falcão, em 15.06.2022 para o Portal Leouve e Tábuas da verdade.