
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou nesta terça-feira (27), durante audiência pública no Senado, que o foco da gripe aviária identificado em Montenegro (RS) já está contido. Fávaro explicou que o sistema sanitário agiu com rapidez e bloqueou o avanço do vírus em território nacional.
“Estamos no quinto dia útil após a desinfecção total da granja e 15 dias desde o aparecimento do foco. Posso assegurar com tranquilidade que a situação está controlada”, afirmou.
O Ministério da Agricultura identificou 540 estabelecimentos rurais num raio de 10 quilômetros da granja afetada e vistoriou todos. Desses, apenas três operam com avicultura comercial, sendo que apenas uma granja segue sob investigação.
A operação incluiu a instalação imediata de sete barreiras sanitárias, além da adoção de medidas de proteção aos trabalhadores. Até ontem, 21 casos estavam em investigação; hoje, 10 já foram descartados.
Segundo Fávaro, o Brasil poderá declarar o fim do surto em até 23 dias, caso não apareçam novos registros. “Passados 28 dias da identificação do último caso, vamos anunciar o Brasil livre da gripe aviária. E tudo indica que isso vai acontecer”, afirmou.
Impacto nas Exportações e Medidas de Controle
Após a detecção do foco, 24 países suspenderam temporariamente as importações de aves e ovos brasileiros, sendo que 13 aplicaram o bloqueio apenas ao estado do Rio Grande do Sul. O ministro acredita que a retomada das exportações virá com o anúncio oficial da erradicação.
“Vamos repactuar com os países que restringiram a compra. O controle rápido desse foco reforça a confiança no nosso sistema sanitário”, disse.
Fávaro comparou o caso brasileiro com o dos Estados Unidos, onde um foco recente resultou no abate de 700 mil aves. No Brasil, a resposta rápida permitiu o sacrifício de apenas 17 mil aves e impediu que o vírus se espalhasse.
Entendendo a Gripe Aviária e as Ações Preventivas
A gripe aviária, segundo o Ministério, não oferece risco à população se carnes e ovos forem preparados corretamente. O vírus, presente no mundo há mais de 30 anos, afeta principalmente aves, mas pode atingir mamíferos, como bovinos. A transmissão ocorre por contato com animais doentes ou materiais contaminados.
“Em 19 anos, o Brasil se manteve como o único grande produtor mundial sem registros da doença em seus plantéis comerciais. Isso não é coincidência. É fruto de um sistema sanitário eficaz”, concluiu o ministro.