CONDENAÇÃO

PGR pede condenação de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe

Procuradoria aponta estrutura organizada por militares e ex-integrantes do governo para impedir a transição de poder

PGR pede condenação de Bolsonaro por trama golpista. Foto: Isac Nóbrega/PR
PGR pede condenação de Bolsonaro por trama golpista. Foto: Isac Nóbrega/PR

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete investigados, entre eles ex-ministros e militares. A manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) compõe as alegações finais no processo que apura uma tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. O documento de 517 páginas foi enviado na noite desta segunda-feira (14).

No texto, o procurador-geral Paulo Gonet Branco afirma que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento das articulações, como liderou o grupo identificado como o “núcleo central” do plano. A acusação descreve um esquema organizado e progressivo, com participação de membros do governo federal, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, com o objetivo de impedir a alternância de poder e enfraquecer os demais Poderes da República, especialmente o Judiciário.

Segundo Gonet, a denúncia não se baseia em suposições, mas em provas documentais e testemunhais colhidas durante a investigação. Ele destaca que “a organização criminosa fez questão de documentar quase todas as fases de sua empreitada”, o que forneceu elementos concretos para a acusação.

Alegações finais e defesa dos réus

O documento afirma ainda que a tentativa não foi consumada devido à atuação institucional do Exército e da Aeronáutica, que, conforme a manifestação, mantiveram fidelidade à Constituição, apesar da atuação isolada de alguns integrantes.

As alegações finais são a última etapa antes do julgamento, permitindo que acusação e defesa se manifestem sobre as provas e teses do processo. Após essa fase, as defesas dos oito réus apresentarão seus argumentos à Primeira Turma do STF. Todos os acusados negam envolvimento com a trama.

O papel de Bolsonaro e a organização criminosa

Em outro trecho, o procurador afirma que Jair Bolsonaro e seu então candidato a vice-presidente, general Braga Netto, lideravam uma organização criminosa com projeto autoritário de poder, sustentada por forte influência de setores militares.

Fonte: Correio do Povo