No ano de 2019, a Black Friday movimentou 3,2 bilhões de reais em compras online de acordo com levantamento da Ebit-Nielsen, empresa que monitora as movimentações do e-commerce no Brasil. Esse número contempla um aumento de 23,6%, em relação ao mesmo período de 2018, quando as vendas ficaram em 2,6 bilhões de reais.
Todo esse volume de compras pela internet movimenta outro setor que é responsável por levar as mercadorias até os consumidores: o transporte de cargas. Este é responsável pela movimentação de 65% de todo o volume de carga, com 75% da produção do país sendo escoada através da malha rodoviária.
As transportadoras vêm se mantendo otimistas para a data deste ano, apesar da pandemia. Segundo André de Simone, membro do conselho administrativo da Transita Transportes, a data simboliza uma economia e um transporte mais aquecido. “A Black Friday representa, não só para o transporte de cargas, mas para a economia em geral, um momento de aquecimento. Com descontos significativos e a compra facilitada, aquece-se a economia e, a partir das vendas, surge a necessidade da entrega desses produtos nas casas do consumidores. É estabelecida uma relação de proporcionalidade direta entre as compras e o transporte de cargas na Black Friday: se o consumo cresce, o transporte também cresce.”
Tendo em vista a grande movimentação em decorrência da data, são feitos esforços internos nas transportadoras para que o aumento de demanda seja cumprido, de acordo com Guilherme Juliani, CEO da Flash Courier. “Normalmente além das ações de qualidade, que sempre temos, existe a contratação de mão de obra para suportar o volume e garantir extensão dos turnos de trabalho. Fazemos o incremento temporário das rotas de transferência aumentando os veículos e a quantidade de saídas deles. Temos que garantir que esse período seja o melhor possível para nossos clientes.”
De acordo com Lucas Scapini, diretor comercial do Grupo Scapini, a data vem trazendo otimismo para as transportadoras. “As expectativas para a black friday desse ano, são positivas. Com a pandemia, temos uma questão de capital envolvida, com um dilema entre pessoas que conseguem ou não comprar produtos, entretanto, a tendência é que o consumo seja elevado e que movimente bem a economia e o transporte.”
Apesar disso, segundo Felipe Medeiros, COO da GVM Solutions, a expectativa é grande para a Black Friday, mas a preocupação acompanha. “Entendo que a expectativa será grande por parte do comércio pois todos querem recuperar as vendas perdidas ao longo da pandemia. Nas empresas de transporte não será diferente. Entretanto, esse ano, temos uma preocupação com a disponibilidade de veículos. Desde setembro o TRC, vem demonstrando uma maior demanda de cargas para uma menor oferta de caminhões no mercado. Percebemos que a recuperação econômica está acontecendo rápido, mas existem gargalos que estão atrapalhando essa recuperação em todos os níveis de insumos básicos, tanto para indústria, como setor de transporte e comércio.”
A expectativa não se mostra errônea uma vez que a Ebit-Nielsen apontou que, no ano de 2020, as vendas online na Black Friday devem crescer até 27%, em relação a de 2019. Um levantamento feito pelo Google confirma esses números ao mostrar que a busca por artigos à venda aumentou significativamente no período pré Black Friday, quando comparado com os números levantados em 2019.