A cidade de Caxias do Sul conta com 2.233 km de rede de tubulação de água. Por consequência, muitos trechos dessa extensa estrutura, que fornece água para a segunda maior cidade do Rio Grande do Sul, apresentam problemas que resultam em vazamentos e suspensão do abastecimento.
Neste ano, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Caxias do Sul concentrou o trabalho na troca de redes antigas. O diretor-presidente da autarquia, Gilberto Meletti, explica que essa ação começou ainda em 2021. “Nós temos uma rede muito grande. Então, nós não conseguimos fazer a substituição de toda a estrutura. Entre as soluções, está a construção de adutoras. Já fizemos duas muito grandes, uma na Av. Maurício Sirotsky Sobrinho e outra em Altos de Galópolis”, explica.
Ainda sobre as perdas, Meletti mostra preocupação com desperdício comercial. Isso ocorre quando a perda acontece em decorrência das ligações clandestinas. “Nós temos o bairro Altos de Galópolis. Hoje existem entre 450 a 500 ligações de água. Até então, o fornecimento ocorria sem hidrometragem. Tínhamos os custos de logística e transporte para levar água por meio de caminhão-pipa. Isso é um exemplo de perda comercial”, explica.
Água no interior
O Marco do Saneamento determina que os municípios brasileiros precisam atender 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgotos até 2033. Meletti explica que Caxias já atende pouco mais de 97% da população com água.
Por já atender de forma ampla a área urbana, o Samae projetou, ainda em 2021, o fornecimento para o interior do município. “No ano passado construímos 48 quilômetros de rede no meio rural. Esse ano foram construídos mais 40 quilômetros. Atingimos mais de 13 mil famílias”, explica.
Ainda falta uma parcela considerável de moradores do meio rural para serem abastecidos. Entretanto, por questões de concentração de pessoas, o Samae vai optar pelas formas adequadas, como perfuração de poços, caixas-d´água e outras.
Desafios
A cidade conta com 78% do esgoto tratado. Porém, para que esse percentual avance será necessário um investimento considerável na construção de novas estações de tratamento de esgoto (ETE).
Atualmente, Caxias do Sul conta com 10 ETEs. Porém, duas serão desativadas. Além disso, mais oito estão no planejamento para a construção nos próximos anos. Também será necessária a implantação de 300 quilômetros de rede de separador absoluto. O investimento estimado supera R$ 1 bilhão.