Brasil

Por que o Ibovespa se recuperou e encerrou esta quarta-feira em alta?

Falas do futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad conseguiram apaziguar os ânimos

(Imagem: Foto: Pedro França/Agência Senado)
(Imagem: Foto: Pedro França/Agência Senado)

O Ibovespa ganhou força no final da tarde e fechou em alta de 0,20%, a 103.745,77 pontos. O dia foi marcado pela alta volatilidade diante do cenário político incerto. No começo do dia, o índice chegou a cair 1,9%.

Na noite de ontem, a Câmara dos Deputados aprovou mudanças na Lei das Estatais, o que abre brecha para nomes políticos em empresas e bancos públicos, como a Petrobras (PETR4). Esta última despencou mais de 9%.

A proposta, que segue agora para o Senado, foi aprovada no mesmo dia em que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou o ex-senador e ex-ministro Aloizio Mercadante como futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), num movimento que desagradou investidores.

“Isso foi mal visto pelo mercado porque, em tese, tivemos a lei das estatais tentando diminuir a ingerência política e agora, a toque de recolher, quase no final do ano, a Câmara aprovou essa modificação”, coloca Ricardo Carneiro, operador de renda variável da WIT Invest.

Apesar disso, falas do futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad conseguiram apaziguar os ânimos.

No discurso, Haddad disse que o Brasil não está em um momento em que uma expansão fiscal ajudaria a economia, argumentando que se houver espaço para estímulo à economia, não será pelo canal fiscal, mas pelo monetário.

Já o Federal Reserve não fez grandes surpresas ao decidir aumentar em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros americana, que termina 2022 no patamar de 4,25-4,50%, equivalente ao experimentado durante a crise financeira de 2008.

Para o time de análises macroeconômicas da XP, o avanço da projeções contida no gráfico de pontos e da taxa diretiva do Fed Funds para 2023 mostram um risco de exagero no aperto das condições monetárias.

Na avaliação da corretora, o BC americano interromperá o ciclo de alta no patamar atual, aos 4,50% e passará a cortar a taxa de juros a partir do último trimestre de 2023, quando evidências mais substanciais do recuo da inflação poderão ser sentidas.