CURIOSIDADES INCRÍVEIS

Por que algumas pessoas têm mais cócegas que outras?

Entenda por que algumas pessoas têm mais cócegas que outras. A explicação envolve genética, cérebro, emoção e até traumas.

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Por que algumas pessoas têm mais cócegas que outras
Por que algumas pessoas têm mais cócegas que outras

Basta encostar na barriga, nos pés ou na lateral da cintura e pronto: gargalhadas incontroláveis, contorcionismos dignos de yoga e, muitas vezes, um “para, para!” meio rindo, meio irritado. Enquanto isso, outras pessoas mal reagem ao mesmo estímulo — como se fossem imunes ao toque provocador. Mas afinal, por que algumas pessoas têm mais cócegas que outras? A resposta mistura biologia, neurologia e até um pouco de emoção.

O que são as cócegas, do ponto de vista científico?

As cócegas são uma resposta neurológica que surge quando regiões sensíveis do corpo são estimuladas — geralmente com toques leves ou repetitivos. Esse estímulo envia sinais para o cérebro, que interpretam a sensação como algo ambíguo: é uma ameaça ou uma brincadeira? Como o cérebro não sabe ao certo, responde com riso, sobressalto e movimento.

Há dois tipos principais de cócegas:

  • Knismese: aquela coceira leve que dá arrepios — como o toque de uma pena. Não costuma provocar riso, mas sim desconforto.
  • Gargalesis: é a cócega intensa que provoca gargalhadas e só acontece em regiões específicas (axilas, costelas, sola dos pés) e geralmente precisa do toque de outra pessoa.

A sensibilidade às cócegas é genética?

Parte da sensibilidade é determinada sim pela genética e estrutura neurológica. Pessoas com terminações nervosas mais densas em certas regiões, ou com respostas mais rápidas no sistema nervoso periférico, tendem a ser mais reativas ao toque leve. É como se seus sensores estivessem mais “alertas”.

Além disso, estudos indicam que a estrutura do cerebelo, responsável pelo controle motor e antecipação de movimentos, pode variar entre as pessoas, interferindo no quanto elas reagem a estímulos inesperados.

O fator surpresa é essencial

Você já deve ter percebido: não conseguimos fazer cócegas em nós mesmos. Isso acontece porque o cérebro antecipa os próprios movimentos e bloqueia o riso. Ele sabe exatamente o que esperar. Já quando alguém nos toca de forma inesperada, especialmente em regiões vulneráveis, o cérebro entra em alerta e responde com reflexo.

Quem tem um sistema de alerta mais sensível ou um perfil mais reativo tende a sentir mais cócegas. Pessoas que gostam de ter controle sobre o próprio corpo, ou que foram expostas a brincadeiras agressivas na infância, muitas vezes desenvolvem uma sensibilidade maior.

Emoções, traumas e contextos sociais

Mais do que uma simples reação física, as cócegas têm uma ligação direta com o lado emocional. Em crianças, elas costumam ser usadas como forma de interação e afeto — pais brincando com os filhos, irmãos se provocando. Mas dependendo do contexto, elas também podem ser percebidas como invasivas ou incômodas.

Pessoas com histórico de toque indesejado ou que associam cócegas a situações de desconforto emocional tendem a reagir mais intensamente — ou evitar completamente. Já outras, que cresceram em ambientes afetuosos onde o toque era bem-vindo, podem sentir menos cócegas ou até achar divertido.

Diferenças entre adultos e crianças

Crianças são, em geral, muito mais sensíveis às cócegas. Isso se deve tanto ao fator físico (terminações nervosas mais sensíveis, pele mais fina) quanto ao lado psicológico: elas ainda não têm a capacidade completa de prever e controlar estímulos, tornando a reação mais exagerada.

Com o tempo, o corpo e o cérebro aprendem a filtrar esses sinais. É por isso que muitas pessoas relatam que eram mais “cóceguentas” quando pequenas, mas perderam essa sensibilidade ao longo da vida.

Tem gente que sente raiva de cócegas — e está tudo bem

Por mais que o riso pareça sinal de prazer, as cócegas provocam uma resposta ambígua no cérebro. Em vez de um riso espontâneo de alegria, o que acontece é um reflexo que pode vir acompanhado de estresse, angústia ou irritação.

É comum, por exemplo, que algumas pessoas se sintam invadidas quando tocadas sem permissão — mesmo que estejam rindo. Isso explica por que, para algumas, uma sessão de cócegas pode virar briga. O riso é real, mas não significa diversão.

Por que algumas pessoas têm mais cócegas que outras
Por que algumas pessoas têm mais cócegas que outras

Animais também sentem cócegas?

Sim! Algumas espécies — como ratos, primatas e até cães — demonstram respostas parecidas ao toque leve em regiões específicas do corpo. Ratos, por exemplo, emitem sons semelhantes a risos quando são estimulados em brincadeiras sociais. Isso reforça a ideia de que as cócegas têm um papel evolutivo de socialização.

Nos humanos, acredita-se que essa reação ajudou na formação de laços entre mãe e bebê, entre irmãos e até em grupos sociais maiores. O toque provocador, dentro de certos limites, ajuda a estabelecer confiança e reforçar vínculos.

É possível “treinar” o corpo para sentir menos cócegas?

Curiosamente, sim. Algumas pessoas relatam que, com o tempo, conseguem diminuir a sensibilidade ao praticar controle da respiração, concentração ou simplesmente exposição gradual ao estímulo. Massagens regulares, contato físico frequente ou atividades como yoga e meditação podem ajudar o corpo a “relaxar” diante do toque leve e reduzir o reflexo.

Mas o contrário também é verdade: pessoas que evitam qualquer contato físico tendem a se tornar mais sensíveis com o tempo. O corpo passa a interpretar qualquer toque como invasivo.