Caxias do Sul

Polícia paulista investiga morte por atropelamento da artista visual caxiense Rochelle Costi

Um dos nomes mais destacados da arte contemporânea do país, ela se notabilizou pelo trabalho fotográfico em que reinventa a escala de cenários domésticos

Polícia paulista investiga morte por atropelamento da artista visual caxiense Rochelle Costi
Reprodução / Youtube

A Polícia Civil investiga como homicídio culposo na direção de veículo automotor o atropelamento que matou a artista visual caxiense Rochelle Costi, 61 anos. Por volta das 14h10 do sábado (26), a gaúcha foi atingida por uma moto ao atravessar a Avenida Europa, próximo ao Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo.

As equipes do resgate e da Polícia Militar estiveram no local para atender a ocorrência de trânsito. Rochelle Costi foi socorrida com vida e levada para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu e morreu. O condutor da motocicleta, Rogerio Augusto de Souza Gois, 40, prestou socorro à vítima. Em seguida, na delegacia, prestou depoimento e foi liberado. O local do atropelamento, na Zona Oeste da capital paulista, passou por perícia.

Homicídio culposo

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que a ocorrência está no 14º Distrito Policial, em Pinheiros. “A Polícia Civil investiga toda a dinâmica dos fatos”, afirmou a pasta, em nota. No direito penal, um crime culposo se refere a ato ilegal praticado sem intenção, mas com culpa, que pode se dar por imprudência, imperícia ou negligência.

Costi sofreu o acidente perto do local onde o falecido guitarrista da banda Titãs, Marcelo Frommer, também foi atropelado por uma moto, em 2001. Assim como ela, Frommer morreu pouco depois, devido aos ferimentos.

Rochelle Costi – artista caxiense

Um dos nomes mais destacados da arte contemporânea do país, ela participou da Bienal de São Paulo e se notabilizou pelo trabalho fotográfico em que reinventa a escala de cenários domésticos. Originária de Caxias do Sul, onde nasceu em 1961, estudou Comunicação Social na Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre, tendo se formado em 1981. Pouco depois começou a se dedicar à fotografia de expressão pessoal, caracterizada pela acumulação de objetos e pelas composições em série, em trabalhos que extrapolam os limites da linguagem estritamente fotográfica para dialogar com outros meios de expressão artística.

Costi ganhou projeção no cenário artístico do país a partir da década de 1990, quando participou de mostras importantes como o Panorama da Arte Brasileira, do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre.Vencedora do prêmio Marcantônio Vilaça, mais importante láurea das artes visuais no país, Costi participou uma segunda vez da Bienal de São Paulo, em 2010, e teve seu trabalho exibido em mostras coletivas nas mais importantes instituições do país, como o Museu de Arte de São Paulo, o Masp, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Instituto Inhotim, em Minas Gerais. Sua obra integra a coleção permanente de todos esses espaços.

Em 1982 passou uma temporada em Belo Horizonte, frequentando a Escola Guignard e cursos fotográficos pioneiros na Universidade Federal de Minas Gerais. Durante os anos de 1991 e 1992 viveu em Londres, estudando na Saint Martin School e na Camera Work.

Desde então, firmou-se como uma das mais importantes figuras da fotografia brasileira contemporânea, com participação destacada em importantes mostras nacionais e internacionais, tais como: Quadrienal de Fotografia do Museu de Arte Moderna de São Paulo (1985); A Paixão do Olhar, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1993); Fotografia Contaminada, no Centro Cultural São Paulo (1994); Novas Travessias: New Directions In Brazilian Photography, na Photographers Gallery (Londres, Inglaterra, 1995); Sampa, no Stedelijik Museum (Amsterdã, Holanda, 1996); e VI Bienal de La Habana (Cuba, 1997). Ganhou o Prêmio Marc Ferrez da Funarte em 1997 e a bolsa Vitae de Artes em 2000.

*Com informações do site Metrópoles e Cultura ao Minuto