À primeira vista, a maranta-riscada impressiona com suas folhas vibrantes e padrões exóticos. Mas basta um deslize nos cuidados para que essa beleza tropical comece a perder o charme — literalmente. A planta vai desbotando, as cores ficam apagadas, e aquilo que era o destaque da decoração vira uma sombra sem vida. Se você quer manter a maranta no auge do seu brilho, é hora de conhecer os erros mais comuns que levam à perda de cor e como corrigi-los antes que o estrago seja irreversível.
Iluminação inadequada: o maior vilão da maranta-riscada
A palavra-chave aqui é “indireta”. A maranta-riscada (Maranta leuconeura) é nativa das florestas tropicais do Brasil, onde cresce sob a sombra de árvores altas. Quando colocada em ambientes com sol direto, suas folhas não apenas desbotam, como também queimam, apresentando manchas marrons que confundem os menos atentos.
Mesmo assim, deixar a planta em um canto escuro também não é solução. A falta de luz faz com que ela perca o pigmento que dá aquele efeito “riscado”, deixando o verde apagado e sem contraste.
Como evitar:
O melhor lugar para sua maranta-riscada é próximo a uma janela com cortina fina, onde receba luz filtrada ou em locais com boa luminosidade indireta, como banheiros com janelas altas ou salas voltadas para o leste. Evite ambientes com variações bruscas de luz ou mudanças constantes de posição — marantas gostam de estabilidade.
Falta ou excesso de umidade: equilíbrio é tudo
Outro erro clássico é descuidar da umidade do ambiente. A maranta é uma planta tropical, acostumada com ar úmido e solo levemente molhado. Quando o ar fica muito seco, principalmente em ambientes com ar-condicionado ou durante o inverno, a planta começa a apresentar folhas secas nas bordas e tonalidades desbotadas.
Por outro lado, encharcar o solo achando que isso compensa a baixa umidade do ar é outro equívoco. Raízes afogadas param de funcionar direito, o que afeta a absorção de nutrientes — e, sem nutrição adequada, a coloração vibrante desaparece.
Como evitar:
Use um borrifador para umedecer as folhas uma ou duas vezes por semana (em horários frescos) e, se possível, instale um umidificador de ambiente. Outra boa prática é usar bandejas com pedras e água sob o vaso, garantindo evaporação constante. E nunca regue antes de verificar com o dedo se a camada superficial da terra está seca.
Substrato pobre ou mal drenado: a cor começa na raiz
Você pode regar com cuidado e acertar na luz, mas se o solo estiver errado, a planta vai sinalizar com folhas pálidas. Um substrato compacto, que não drena bem ou que seja pobre em matéria orgânica, impede o bom desenvolvimento das raízes e, por consequência, a distribuição dos pigmentos responsáveis pelas manchas coloridas nas folhas.
A maranta-riscada é exigente: ela precisa de um solo aerado, fértil e com boa retenção de umidade sem encharcar. Se o substrato for argiloso demais ou tiver areia em excesso, pode comprometer totalmente a saúde da planta.
Como evitar:
Prepare uma mistura com 1 parte de terra vegetal, 1 parte de fibra de coco ou húmus de minhoca e 1 parte de perlita ou carvão vegetal triturado. Esse mix garante nutrição, aeração e equilíbrio na retenção de água. E lembre-se de manter um cronograma de adubação mensal com fertilizantes ricos em nitrogênio e magnésio — dois nutrientes essenciais para folhas verdes e vibrantes.
Dica bônus: evite mudanças bruscas no ambiente
As marantas são sensíveis a mudanças. Se você resolver mover o vaso de lugar, trocá-lo de recipiente ou até mesmo rotacioná-lo constantemente, a planta pode entrar em estado de “choque”. O resultado? Perda de cor, enrolamento das folhas e até paralisação do crescimento.
Sempre que for necessário fazer mudanças, faça de forma gradual. A maranta-riscada responde bem à constância e à rotina — e essa é uma das chaves para manter suas cores intensas.
Cuidados que fortalecem as cores
Além de evitar os erros acima, algumas boas práticas ajudam a destacar ainda mais o visual da maranta:
- Limpeza regular das folhas: com pano úmido, sem produtos químicos, para remover poeira que atrapalha a fotossíntese.
- Rotina de adubação: aposte em fertilizantes orgânicos líquidos a cada 20 dias durante a primavera e o verão.
- Poda leve: retire folhas secas ou desbotadas para estimular novas brotações com mais vigor e cor.
Esses pequenos gestos mantêm a planta saudável e incentivam a produção de pigmentos naturais — como a clorofila (verde), antocianinas (vermelho/roxo) e carotenoides (amarelo), que juntas dão à maranta sua beleza única.
Convivência com uma planta que comunica
Uma das belezas de ter uma maranta-riscada em casa é a sua maneira quase intuitiva de mostrar o que sente. Se estiver feliz, as folhas ficam eretas e bem desenhadas. Se algo está errado, ela mostra nas cores e nos contornos. Aprender a observar esses sinais é, no fundo, como desenvolver uma relação.
Plantas, afinal, são silenciosas, mas expressivas. E ao entender o que causa o desbotamento da maranta-riscada, você não apenas evita perder a cor — você aprende a cuidar com mais presença, mais respeito e mais sensibilidade.