Bento Gonçalves

Delegado aponta contexto social e aguarda perícia para esclarecer morte de bebê em Bento Gonçalves

Possível negligência está no foco do inquérito, segundo Ederson Bilhan

Delegado
Foto: Cristiano Lemos / GrupoRSCOM

O delegado Ederson Bilhan, responsável pela investigação da morte de um bebê de 1 ano e 7 meses em Bento Gonçalves, revelou que o caso tem contornos mais sociais do que propriamente criminais. Em declaração, ele destacou que ainda não é possível confirmar se a morte da criança está relacionada a maus-tratos. Dessa forma, a perícia, crucial para definir a causa, ainda está em andamento.

“Não podemos apontar, neste momento, que a morte decorre de maus-tratos. A perícia vai determinar se foi uma conduta ativa, como agressão, ou uma omissão de cuidado”, afirmou Bilhan.

O delegado descreveu o cenário encontrado na residência onde a criança vivia, que levantou preocupações quanto à estrutura social das famílias envolvidas. Na casa, localizada em Bento Gonçalves, moravam 13 pessoas, sendo nove crianças e quatro adultos, em um espaço com apenas dois quartos.

“É um grave problema social, não só policial”, pontuou.

Bilhan também relatou que, ao visitar o local, não observou sinais de maus-tratos físicos nas demais crianças. No entanto, ele não descartou a hipótese de negligência ou desnutrição.

“Não havia lesões ou indícios de agressão. Ainda assim, pode haver omissão no cuidado”, disse ele, acrescentando que os órgãos de proteção social já foram acionados.

A mãe da criança, segundo o delegado, trabalha longas jornadas, das 11h até meia-noite, deixando seus filhos sob os cuidados de uma tia, que, além de cuidar de seus próprios filhos, cuida de mais oito crianças.

“É uma situação complicada, uma sobrecarga de responsabilidades”, explicou Bilhan.

Ele ressaltou que a investigação seguirá atenta a todas as possibilidades, incluindo a hipótese de que a morte possa ter sido causada por uma doença, eventualmente agravada por falta de cuidados adequados.

“Precisamos esperar o laudo da perícia para entender se houve negligência ou outra causa”, finalizou o delegado.