O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, foi afastado do mandato parlamentar nesta quinta-feira, dia 18, depois que o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-jato no Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu pelo seu afastamento e expediu um mandado de prisão contra a irmã e assessora do senador, Andréa Neves. O plenário do STF também deve decidir na tarde desta quinta-feira se aceita o pedido de prisão do senador feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Caso a prisão seja decretada, o Senado precisará confirmar.
A decisão é uma resposta após a divulgação da delação do dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, que entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma gravação em que, durante 30 minutos, Aécio Neves pedia R$ 2 milhões para pagar sua defesa na Lava-jato.
Na manhã desta quinta-feira, o procurador da República Ângelo Goulart Villela, que trabalha na Corte Eleitoral, foi preso e há mandados contra pessoas ligadas ao deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
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No Rio, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços: os apartamentos de Aécio e da irmã dele e o imóvel de Altair Alves Pinto, conhecido por ser braço direito de Cunha.
A PF também cumpriu mandados em endereços do presidente do PSDB em Brasília, na casa do senador e no gabinete do tucano no Senado. Além dele, também foram alvos da ação policial os gabinetes do senador Zezé Perrela (PSDB-MG) e do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
A assessoria de imprensa de Aécio Neves afirmou, ainda na noite da quarta-feira, dia 17, que o senador “está absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos”. “No que se refere à relação com o senhor Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer envolvimento com o setor público. O senador aguarda ter acesso ao conjunto das informações para prestar todos os esclarecimentos necessários”, diz o texto.