Uma moradora do bairro São Victor Coab, buscou a Unidade Básica para uma consulta preventiva periódica com a ginecologista na última semana. Porém, ela não pode realizar o exame pelo SUS, pois a orientação do Ministério da Saúde é que o exame se repita a cada três anos, caso os dois últimos exames da paciente não tenham apresentado alterações.
Ao ser questionada, a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Caxias, confirmou que há alguns meses está passando essa orientação aos médicos ginecologistas e obstetras, com base no Ministério Público.
“– Quando fazer o preventivo?
Toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a exame preventivo periódico, especialmente dos 25 aos 59 anos de idade. O exame deve ser feito dez ou vinte dias após a menstruação, pois a presença de sangue pode alterar o resultado. Inicialmente o exame deve ser feito a cada ano. Se dois exames anuais seguidos apresentarem resultado negativo para displasia ou neoplasia, o exame pode passar a ser feito a cada três anos.“
De acordo com a ginecologista Katia Moita, essa orientação do Ministério já é preconizada há anos e é feita com base nas estatísticas. Em 2020, segundo Katia, o câncer de colo de útero foi a terceira doença que mais atingiu as mulheres com 7.5%. O câncer de mama foi o que mais preocupou, pois tem a incidência em 29.7% das mulheres.
O exame preventivo, pré-câncer ou papanicolau, que são os nomes mais conhecidos, são orientados para mulheres entre os 25 e 64 anos. “O exame que, como o próprio nome diz, ele tem condições de fazer o diagnóstico desse câncer bem precocemente, até mesmo sem que haja sintomas, o que é muito pertinente, porque quando o câncer de colo dá sintomas normalmente, ele já tá num estágio bem bem adiantado”.
A ginecologista também salienta que a determinação do Ministério Público de ser feito a cada três anos é para mulheres saudáveis, que nos últimos dois exames tenham dado resultados negativos. Em caso de “doenças imunossupressoras, ou mulheres imunodeprimidas mesmo, pacientes com HIV, transplantadas, pacientes em tratamento com câncer, enfim outras situações, então, elas fazem esse exame daí anualmente.” Portanto, cada caso é um caso, o exame também pode ser repetido de seis em seis meses, dependendo a paciente.
Katia acredita que o exame deveria ser feito anualmente, pois podem ser encontrados depois estágios já avançados. Porém, tudo depende da condição financeira da paciente. Em Caxias, os médicos que atendem particular, realizam os exames anualmente, já no Sistema Único de Saúde a orientação é atender conforme a determinação do Ministério Público.