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Saiba quais cuidados adotar para evitar alta exposição à fumaça das queimadas na Serra Gaúcha

Na tarde desta quarta-feira (11), o indicador de qualidade do ar registrava 149 pontos — quanto mais alto, pior — em Caxias do Sul, 30 a menos do que São Paulo apresentou durante a manhã, até então a pior qualidade de ar do mundo

Caxias do Sul na tarde desta quarta (11) a partir do bairro Rio Branco, no sentido oeste-leste | Foto: Luca Roth/Grupo RSCOM
Caxias do Sul na tarde desta quarta (11) a partir do bairro Rio Branco, no sentido oeste-leste | Foto: Luca Roth/Grupo RSCOM

A fumaça das queimadas e dos incêndios florestais que atingem a América do Sul, especialmente o Norte e o Centro-Oeste do Brasil, paira pela Serra Gaúcha. O cenário é de tempo seco, altas temperaturas e céu cinzento devido à pluma, uma espécie de conjunto de nuvens de fumaça, que é favorecida pelo vento que sopra no sentido norte-sul, representando riscos à saúde quando inalada. A ausência de chuvas também dificulta a dispersão dos poluentes.

Na tarde desta quarta-feira (11), o indicador de qualidade do ar registra 149 pontos — quanto mais alto, pior — em Caxias do Sul, de acordo com o site de monitoramente IQAir. Para se ter uma noção, a cidade de São Paulo enfrenta o terceiro dia consecutivo com a pior qualidade de ar do mundo: nas primeiras horas da manhã, o indicador apontava 179.

O pior resultado dos municípios da região consultados é o de Garibaldi, com 154. Na sequência, vem Bento Gonçalves (153), Farroupilha (152), Caxias e Flores da Cunha (148).

Segundo a Agência Brasil, nos primeiros dias de setembro, os focos distribuídos pelo país superaram o dobro do que foi observado em 2023. Em 10 dias, foram 37,4 mil focos registrados, enquanto que no mesmo período do ano passado haviam sido 15,6 mil.

A poluição do ar é um fator de risco crítico para doenças crônicas não transmissíveis, reconhece a Organização Mundial da Saúde (OMS). A situação é mais delicada aos grupos considerados mais suscetíveis, como crianças, idosos, gestantes, indivíduos com doenças cardiorrespiratórias, de baixo nível socioeconômico e trabalhadores ao ar livre.

O governo do Estado divulgou, hoje, orientações para evitar exposições prejudiciais, e informa que está monitorando a piora na qualidade do ar. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) aponta que, em algumas regiões, a classificação da qualidade do ar é moderada.

Conforme a Sala de Situação, uma frente fria deve chegar nesta quinta (12) e atenuar a situação, limpando a atmosfera.  Com esse cenário, por outro lado, há a possibilidade da ocorrência da chamada chuva preta, ocasionada por poluentes. O fenômeno gera a precipitação de chuva com coloração escura, que pode apresentar contaminantes nocivos à saúde, além de ser imprópria para consumo.

Recomendações frente à baixa qualidade de ar

  • Monitoramento: acompanhe as previsões meteorológicas e a qualidade do ar;
  • Hidratação: aumente a ingestão de água para manter as vias respiratórias úmidas;
  • Redução da exposição: evite atividades ao ar livre e mantenha portas e janelas fechadas;
  • Máscaras: o uso de máscaras deve ser avaliado individualmente, pois auxiliam na redução da exposição às partículas maiores, em especial para pessoas com condições crônicas, como pneumopatas, cardiopatas e pessoas com problemas imunológicos; O uso de máscara cirúrgica, pano, lenço ou bandana é recomendado especialmente para populações que estão mais expostas ou próximas às fontes de emissão (focos de queimadas), pois podem diminuir o desconforto das vias aéreas superiores. O uso de máscaras de modelos respiradores (tipo N95, PFF2 ou P100) são adequadas para reduzir a inalação de partículas finas por toda a população;
  • Orientações específicas para grupos vulneráveis: crianças, idosos e gestantes devem estar especialmente atentos a sintomas respiratórios e buscar atendimento médico imediatamente, se necessário.

Fonte: Governo do RS

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