A reitora eleita da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Márcia Barbosa, visitará Caxias do Sul no dia 9 de setembro para conhecer as instalações do Campus 8, área preferencial para receber uma extensão da UFRGS que atenda a Serra Gaúcha. Em entrevista ao Portal Leouve, na terça-feira (27), a professora revelou que, ao assumir o comando da instituição, irá desenvolver um estudo de viabilidade para definir quais cursos serão ofertados pela unidade no maior município da região.
Desde o anúncio do Ministro da Educação, Camilo Santana, no início de junho, a pasta do governo federal definiu que serão investidos R$ 60 milhões no empreendimento, com previsão de entrega para 2025. A ideia inicial é que sejam disponibilizados seis cursos.
Em audiência pública, no mesmo mês, a Universidade de Caxias do Sul (UCS) oficializou o interesse em oferecer o espaço do Campus 8 para sediar a extensão da UFRGS. O último episódio ocorreu em 29 de julho, quando representantes do MEC e da futura administração da universidade federal gaúcha, por meio do vice-reitor eleito Pedro Costa, conheceram a estrutura da UCS, às margens da ERS-122, na saída de Caxias para Farroupilha.
Márcia Barbosa explica que o estudo consistirá na realização de um levantamento das preferências dos estudantes da Serra para graduação, e confrontamento desses dados com informações sobre o que o mercado de trabalho da região oferece.
O mapeamento terá início com um olhar dedicado à série histórica do vestibular da UFRGS, de acordo com ela.
“Quero fazer um estudo de viabilidade que vai envolver uma conversa com estudantes para saber o que eles querem. Precisamos ter segurança em saber que cursos os jovens da Serra estão interessados em fazer, ao mesmo tempo que também vou conversar com o empresariado local para saber onde tem emprego. Precisamos formar pessoas com empregabilidade”, afirmou.
“Temos que entender se têm alunos e se tem mercado. Essas duas perguntas são muito importantes, não faz sentido abrir um curso sendo que as pessoas ficarão desempregadas depois“, reforçou a professora.
O projeto pensado, conforme Márcia Barbosa, também terá diálogos com as prefeituras e secretarias municipais de educação da Serra, com o intuito de, entre outras medidas, levar às escolas questionários para atingir um mapeamento global das vontades dos estudantes.
“Tendo feito esse plano, o levaremos ao conselho universitário da UFRGS para aprovação. O conselho só aprovará se for um projeto interessante para a UFGRS, ou seja, se tiver público – estudantes – e garantirmos que esses estudantes, depois de formados, vão ter locais para trabalhar”, disse.
Márcia Barbosa foi eleita reitora e Pedro Costa vice-reitor da UFRGS em julho, após a eleição no Conselho Universitário (Consun). Entretanto, para assumirem os cargos efetivamente, precisam antes da confirmação do Ministério da Educação, etapa que passa pela conformidade da documentação de votantes e candidatos, e a nomeação por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A tendência é de que seja respeitada a ordem da lista tríplice possibilitada pelo pleito do Consun, que colocou Márcia e Costa em primeiro lugar.
“Nosso próximo semestre começa no dia 23 de setembro, então minha expectativa é estar nomeada nessa data. Mesmo antes disso, já estou fazendo visitas e encaminhamentos”, informou a reitora eleita.
Visita ao MEC
A futura dirigente da UFRGS estará em Brasília (DF) até sexta-feira (30) para avançar conversas com o Ministério da Educação. Márcia Barbosa busca, especificamente, uma agenda com o secretário de Educação Superior, Alexandre Brasil, nesta quinta (29), negociar uma ampliação no valor destinado pelo MEC à extensão da universidade federal na Serra.
“Pretendo aprofundar as conversas com o MEC, principalmente, porque quero mais recursos do que os R$ 60 milhões. Para fazer cursos de excelência precisamos de um pouco mais de dinheiro. Preciso desafiar o MEC”, indicou.
A agenda também inclui visita aos parlamentares da bancada gaúcha no Congresso para pleitear projetos.