Após os recentes fatos envolvendo o incêndio provocado em uma casa no bairro São Pelegrino, em Caxias do Sul, os moradores da localidade se uniram para buscar soluções e debater a segurança pública da região. Uma reunião entre os moradores e comerciantes do bairro, na presença do secretário municipal de Segurança Pública e Proteção Social, Paulo Roberto Rosa da Silva, ocorreu na tarde desta sexta-feira (07). O titular recebeu todas as sinalizações e encaminhará as demandas junto a outras secretarias.
As diversas pautas debatidas na reunião foram o caso das casas abandonadas – inclusive onde ocorreu o incêndio na madrugada de domingo (02) – série de furtos em casas vizinhas, arrombamento de carros, assaltos, lixos e sujeiras nas ruas, barulho noturno, tanto de pessoas em situação de rua como de estabelecimentos sem acústica e com música alta à noite.
Conforme a moradora e empresária no bairro há mais de 50 anos, Evelise Pisani, o momento é de bastante tensão, e o que mais preocupa é a falta de segurança na região, uma vez que os vizinhos têm sido assaltados diariamente e inclusive, à luz do dia. “Essa semana teve, às 10h da manhã, entraram pelo pátio da casa do meu vizinho e tentaram furtar meu ar-condicionado, pela segunda vez. Aqui ocorrem brigas, tem invasão, tem moradores de rua aqui num terreno. Inclusive, uma briga de facão entre dois deles culminou em um incêndio em uma das casas, colocando em risco as residências da região. Estamos vivendo um momento crítico e estamos de mãos atadas, pois não estamos tendo uma resposta efetiva e imediata do Poder Público”.
Uma moradora da região também informou que acaba ficando durante a noite toda acordada, indo descansar apenas durante a manhã, devido à preocupação com a falta de segurança e os diversos acontecimentos de crimes na região.
A presença do secretário foi motivo de grande aproveitamento, uma vez que ele recebeu as demandas dos moradores e tentará reunir, junto de outras secretarias municipais, informações e analisar quais os procedimentos podem ser efetivados no momento. Quanto a segurança, o público presente na reunião entende que não há uma solução imediata, devido às legislações municipais e até mesmo estaduais. “A gente está reunido aqui para ver enquanto moradores, o que podemos fazer para nos proteger”, destaca Evelise.
O secretário Paulo Roberto avaliou as pautas do encontro e destacou que momentos assim são fundamentais para conhecer as demandas da comunidade. “Tem pessoas que reclamam e, com todo direito da reclamação, no tocante ao som. Tem outros interessados que tem suas casas, mas essa perturbação de sossego já é objeto, segundo informações de um processo que está ocorrendo junto ao Ministério Público Estadual, com objetivo de resolver essa situação relacionada ao som. E outras situações que eu vou marcar uma reunião no município, com secretários envolvidos, quanto a área aqui, que em princípio foi desapropriada por fins de utilidade pública com objetivo de ser aberta uma via. Isso vai ser marcada uma reunião, vou ver os demais secretários envolvidos com objetivo de ver se esse processo tem um andamento legal para resolver esse problema quanto essas casas aqui e também, moradores de rua que adentram para dentro desses estabelecimentos. Quanto aos furtos, orientei os senhores moradores para fazer o registro onde possa ter as estatísticas computadas e isso fazer com a inteligência da Brigada Militar, em cima dos programas que existem, com objetivo de dar atenção a esses fatos ocorridos aqui, constantemente”.
Em um primeiro momento, os moradores e empresários poderão optar pela contratação de serviço de segurança privada, na qual já está sendo discutida e orçada.
Barulhos das casas noturnas
Um ponto que gerou debate no decorrer do encontro foi o barulho das casas noturnas, conforme os moradores da região. Algumas delas, sem isolamento acústico, que ocasiona altos ruídos na vizinhança e perturbador para todos. Um morador relatou que passou noite e madrugada adentro acordado devido ao som alto de um dos estabelecimentos mais novos. Segundo os relatos, muitos moradores da região acabaram se dispersando de suas casas devido aos barulhos e falta de segurança no bairro.