Comportamento

Análise feita pela Prefeitura mostra a origem da dívida do Hospital São Carlos

Análise feita pela Prefeitura mostra a origem da dívida do Hospital São Carlos

A Prefeitura de Farroupilha realizou um levantamento sobre as condições do Hospital Beneficente São Carlos, analisando os acontecimentos da última década na casa de saúde, que acarretaram na atual situação financeira pela qual a entidade passa. A análise leva em conta o contexto histórico, os fatos dos últimos dez anos e os dados revelados pela última auditoria realizada na instituição.

O documento, assinado pelas secretarias municipais de Saúde e Finanças, além do setor de Contabilidade e a Unidade Central de Controle Interno, é composto por 25 páginas e 45 anexos e aponta que há solução para o incremento de receita e retomada da saúde financeira do São Carlos.

Conforme o Secretário de Finanças, Benami Spilki, o objetivo do documento não é achar culpados e sim ajudar o hospital São Carlos. “Não queremos achar culpados com esse levantamento, pensamos em fazer essa analise no sentido de auxiliar o Hospital. Nós da administração municipal queremos o bem da nossa casa de saúde, prova disso é o investimento feito todo mês. O documento mostra que é possível fazer com que o hospital volte a operar no vermelho, basta fazer alguns ajustes”, destacou.

Na conclusão do documento, segundo a análise da prefeitura, fica claro que a decisão tomada em 2007 de credenciar o hospital como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Traumatologia e Ortopedia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) gerou custos superiores às receitas. Benami explica que a dívida começou no ano de 2008, mas se agravou quando o hospital tornou-se um hospital de alta e média complexidade.

“A divida começou em 2008, porém se agravou quando o hospital buscou a alta e média complexidade em traumato. E esses valores causaram um prejuízo enorme para o hospital, e ali começou o desequilibro”, salienta.

Conforme o levantamento, no período de 2008 a 2016, a despesa que mais cresceu foi com serviços médicos e de terceiros, aumentando 337,64%. Dessa forma, o déficit operacional cresceu exponencialmente até o ano de 2015, quando atingiu seu ápice.

Por outro lado, o dossiê realizado aponta que os índices de crescimento das despesas começaram a diminuir desde 2013. Os gastos com serviços médicos e de terceiros, por exemplo, aumentaram 252,45% de 2008 para 2012 e apenas 24,17% de 2012 até 2016. Segundo a análise, o incremento da participação dos convênios junto ao Hospital Beneficente São Carlos pode ser a solução para as finanças da instituição.