O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, garantiu, nesta segunda-feira (27), em Caxias do Sul, que não faltarão recursos para recuperar o Estado após as chuvas. “Tivemos uma destruição grande no Rio Grande do Sul, mas ela não será maior que a reconstrução“, assegurou. A afirmação foi feita durante entrevista coletiva, junto à comitiva do governo federal, o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) e autoridades locais, na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC).
Na entidade empresarial, Alckmin debateu, em reunião fechada, os impactos econômicos e sociais do desastre climático com gestores da região. Recebeu do prefeito, Adiló Didomenico, um relatório contendo os prejuízos ocasionados pela chuva na agricultura de Caxias e um pedido de liberação de recursos para implantação da primeira fase do Aeroporto Regional da Serra Gaúcha, em Vila Oliva.
Em sua manifestação à imprensa, Alckmin anunciou a liberação de linhas de crédito com juro zero, por meio de programas, para a agricultura familiar (Pronaf), médio produtor rural (Pronamp) e microempresas e empresas de pequeno porte (Pronampe).
Às grandes empresas, salientou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), finalizam, em encontro hoje, uma medida provisória que pretende disponibilizar financiamentos.
“Serão R$ 15 bilhões, através do fundo social. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) terá uma unidade avançada em Porto Alegre. Está praticamente elaborada a medida provisória que deve definir o crédito para as grandes empresas. Vai surpreender positivamente a todos“, anunciou o vice-presidente.
Obras, recursos e recuperação da economia
Alckmin prometeu atenção a um pedido de apoio à segurança trabalhista para empresas da região; a reabilitação de estradas federais, como a BR-470, que sofreu danos severos e ainda está bloqueada entre Bento Gonçalves e Veranópolis; e à infraestrutura gaúcha como um todo.
Estiveram com o vice-presidente os ministros Paulo Pimenta (Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul), Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional) e Márcio França (Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte).
“A primeira tarefa foi humanitária, salvar vidas. Como o ministro Waldez Góes referiu, mais de 400 planos (de reconstrução) já foram aprovados na linha humanitária e de apoio às famílias. Há ainda 50 mil pessoas em abrigos. A outra (tarefa) é a reconstrução, o apoio aos municípios. Também haverá apoio ao Estado, com obras, recursos e convênios. E a outra (tarefa) é recuperar a economia, as empresas“, complementou Alckmin.
Planos de recuperação
O ministro Waldez Góes infirmou que chegou a 406 o número de planos de trabalho elaborados por prefeituras que foram aprovados para obter apoio federal.
“A Defesa Civil Nacional, em parceria com o Estado e municípios, trabalha naquela resposta mais imediata, no salvar vidas, no cuidar das pessoas em abrigamento. E os primeiros planos são de ajuda humanitária, para alimentação, água, produtos de higiene pessoal, às vezes até banheiro químico, combustível”, relatou.
Segundo o ministro, o foco atual da pasta é o escoamento da água das chuvas e a limpeza pública das cidades atingidas.
“Também já iniciamos uma força-tarefa sobre reconstrução, considerando que já temos 40 planos em análise para que a gente, ainda esta semana, possa anunciar os valores e os municípios já que solicitaram o plano de reconstrução”, comunicou.
A agenda se encerrou em encontro com trabalhadores no Sindicato dos Empregados no Comércio (Sindicomerciários). Pela manhã, o vice-presidente também visitou as instalações da Marcopolo, em Ana Rech, onde se reuniu com executivos da empresa e descerrou uma placa alusiva à ampliação e modernização da fábrica de trens da companhia.