Em pleno Maio Amarelo, mês de conscientização para a segurança no trânsito, a BR-470 volta ao centro das atenções por um motivo trágico: a imprudência crescente que tem resultado em acidentes fatais. Desde o início de 2025, cinco pessoas morreram na rodovia no trecho da região da Serra Gaúcha, segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A alta velocidade, o consumo de álcool e ultrapassagens em locais proibidos estão entre as principais causas dos acidentes com morte, conforme relatou o chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da 6ª Delegacia da PRF em Bento Gonçalves, Jardel Luiz Vettorato.
“A gente vive uma guerra silenciosa nas estradas. Uma guerra diária, onde falta respeito, empatia e responsabilidade”, desabafa Vettorato.
Em entrevista, ele fez um apelo aos motoristas para que adotem uma postura mais consciente ao volante, sobretudo nos trechos urbanos da BR-470, que concentram a maioria das colisões transversais — especialmente nos acessos de cidades como Bento Gonçalves, Garibaldi, Veranópolis e Nova Prata.
Os cruzamentos são, segundo o policial, pontos críticos e exigem atenção redobrada dos condutores.
“Nos perímetros urbanos, a velocidade deve ser ainda menor. O motorista precisa entender que nesses trechos há muitos acessos, o que aumenta o risco de colisões laterais”, explica.
Trevos como o Santa Rita e o da Pipa, em Bento, e os acessos ao bairro Medianeira, em Garibaldi, são considerados áreas de risco.
Obras e Desafios na BR-470
Outro foco de preocupação é a Serra das Antas, onde estão em andamento obras de recuperação da rodovia. Para evitar congestionamentos de horas, foi implantado o sistema de comboio, que organiza o tráfego em ambos os sentidos. A medida ajudou a reduzir os transtornos, mas não eliminou os perigos.
“Infelizmente, alguns motoristas desrespeitam o comboio e realizam ultrapassagens arriscadas, mesmo sem visibilidade e com maquinário pesado e operários circulando pela via”, relata Vettorato.
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O comportamento tem exigido da PRF uma presença constante no trecho em obras, comprometendo o patrulhamento em outras áreas.
“É lamentável termos que gastar energia ali porque alguns condutores não conseguem seguir regras básicas. O comboio não é uma sugestão — é uma exigência para manter a segurança de todos”, afirma.
Conscientização e Segurança no Trânsito
Diante desse cenário, o policial reforça que o combate à violência no trânsito depende, antes de tudo, de uma mudança de postura.
“Todo dia que alguém pega o carro para ir trabalhar ou levar o filho à escola, está entrando numa selva. Falta sinalizar, dar passagem, parar na faixa. O trânsito reflete o comportamento das pessoas — e é por isso que vemos tantas famílias destruídas.”
No mês de conscientização, a PRF reforça as fiscalizações e intensifica campanhas educativas, mas lembra que nenhuma ação institucional é capaz de substituir o papel do motorista na construção de um trânsito mais seguro.
“Se cada um assumir sua responsabilidade, a gente pode evitar tragédias. O trânsito seguro depende de todos”, finaliza Vettorato.
