INVESTIGAÇÃO

Policial militar é preso por suspeita de execução de jovem algemado em Bom Jesus

Mandado de prisão foi cumprido nesta quinta (10); vídeo mudou os rumos da investigação

Imagens mostram aparente execução de jovem em Bom Jesus | Foto: Polícia Civil / CP
Imagens mostram aparente execução de jovem em Bom Jesus | Foto: Polícia Civil / CP

A Polícia Civil prendeu, na manhã desta quinta-feira (10), o policial militar acusado de matar Geovane Matias Maciel, de 19 anos, com dois tiros, quando o jovem já estava algemado. O crime ocorreu em 4 de março deste ano, em Bom Jesus.

O mandado de prisão preventiva foi expedido após solicitação do delegado Anderson Silveira de Lima, titular da Delegacia de Polícia de Vacaria. O PM, de 32 anos, foi detido em casa e encaminhado à Delegacia de Vacaria, onde foi interrogado. Ele estava acompanhado por seu advogado, que participou do ato por videoconferência. O policial exerceu o direito de permanecer em silêncio.

Após o interrogatório, ele foi entregue ao oficial do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) Nordeste, que comandou a ação desta quinta. O policial será conduzido a um estabelecimento prisional militar, conforme determina o Estatuto da Brigada Militar.

Imagens mudaram o rumo do inquérito

O caso ganhou novos contornos após o recebimento de uma denúncia anônima enviada ao Ministério Público em junho. O material incluía um vídeo que mostraria o momento em que Geovane foi baleado, já rendido e algemado. Inicialmente, a ocorrência foi registrada como morte por oposição à intervenção policial.

Com base nas novas provas, a Polícia Civil instaurou novo inquérito e iniciou diligências urgentes. Entre as medidas solicitadas estão: perícia para confirmar a autenticidade do vídeo, exame balístico nos projéteis encontrados no corpo, análise do que aconteceu antes dos disparos, verificação de possível reação da vítima e apontamento de homicídio qualificado, conforme indícios nas imagens.

A Polícia Civil também solicitou prioridade ao Departamento de Criminalística para conclusão das perícias.

Histórico da vítima e afastamento dos PMs

Geovane tinha mandado de prisão por violência contra a ex-companheira, suspeita de incêndio criminoso e outras infrações. Quando menor, acumulava passagens por furtos, ameaças e até latrocínio.

Todos os quatro policiais envolvidos estavam lotados na Organização Policial Militar (OPM) de Bom Jesus e foram afastados de suas funções. O novo inquérito deverá ser finalizado em até 30 dias e enviado à Justiça de Bom Jesus.