A Polícia Civil confirmou, nesta sexta-feira (6), que houve erro na dosagem de medicamentos no caso do bebê que entrou em coma no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). A criança, de apenas um ano e um mês, está internada há mais de um mês, com quadro de saúde considerado crítico.
A mãe do pequeno, que mora em Capão da Canoa, o levou ao hospital no início de maio para tratar de problemas no sistema digestivo. Seriam duas cirurgias, no entanto, após o primeiro procedimento, o bebê apresentou complicações e foi entubado.
De acordo com a delegada titular da 3ª Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Alice Fernandes, o bebê deu entrada no Hospital de Clínicas em 3 de maio. Após dois dias, a criança passou por uma operação, permanecendo na UTI Pediátrica até dia 7, quando foi transferida para um quarto.
A investigação aponta que, naquele mesmo dia, por volta das 23h, a mãe da criança chamou uma enfermeira, avisou que o bebê havia parado de se mexer e que estava gelado e sem pulso. Na ocasião, foram feitas manobras de reanimação cardiorrespiratória por quase 10 minutos.
Ainda segundo a delegada Alice Fernandes, foi administrado metadona, um medicamento para sedação de pacientes, em dose superior ao indicado. Depois, também foi ministrado naxolona, um antídoto para o opioide.
O bebê retornou à UTI, onde segue internado, com utilização de aparelho para respirar. Até o momento desta publicação, o quadro de saúde da vítima continuava o mesmo.
“Foram solicitados documentos ao hospital, a fim de verificar todos os acontecimentos durante a cirurgia e internação, medicações ministradas e demais evoluções médicas. Também serão realizadas oitivas, nos próximos dias, dos profissionais de saúde envolvidos no atendimento da criança”, afirmou a titular da 3ª DPCA.
Leia a nota do Hospital de Clínicas
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre confirma que ocorreu um evento grave durante o atendimento de uma criança internada na instituição, provavelmente relacionado à administração de medicação analgésica no cuidado pós-operatório.
Desde o primeiro momento, o Clínicas vem mantendo sucessivos e transparentes contatos com a família e lamenta profundamente o ocorrido. Temos prestado acompanhamento integral ao paciente, à família e às equipes assistenciais, oferecendo atendimento multidisciplinar com suporte médico, psicológico e de outras áreas.
O caso está sendo apurado com profundidade dentro dos fluxos institucionais, para se entender a cadeia de eventos, com foco na melhoria contínua de processos e protocolos. O hospital reforça seu compromisso com a segurança e com a qualidade da assistência prestada na instituição e informa que, com a análise deste fato, já estão sendo adotadas medidas preventivas e corretivas.
Fonte: Correio do Povo