CRIME VIRTUAL

Criminosos criam perfil falso de chefe da Polícia Civil para aplicar golpe dos nudes no RS

Suspeitos de aplicar golpe são alvo de operação na Região Metropolitana e Vale do Sinos. Quadrilha movimentou mais de R$ 2,5 milhões em dois anos

Foto: Polícia Civil/Divulgação
Foto: Polícia Civil/Divulgação

Suspeitos de se passar pelo chefe de Polícia do Rio Grande do Sul são alvo de uma ofensiva na Região Metropolitana e no Vale do Sinos. De acordo com a investigação, um perfil falso com a foto do delegado Fernando Sodré foi utilizado para extorquir uma vítima do chamado “golpe dos nudes”. Seis pessoas foram presas.

As diligências somam seis ordens de prisão temporária e de apreensão. Os mandados são cumpridos em São Leopoldo, Novo Hamburgo e Sapucaia do Sul. Também são feitas buscas na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), onde os líderes do esquema estão recolhidos.

Foi identificado pelo menos um caso em que os criminosos utilizaram um aplicativo de mensagens, com a foto do chefe de Polícia, para promover extorsões. A situação ocorreu no ano passado, sendo a vítima um jovem de 22 anos, morador de Canoas. Ele foi lesado em aproximadamente R$ 50 mil.

A suspeita é que os golpistas tenham fingido ser o delegado Sodré contra mais vítimas. Em setembro do ano passado, outras seis pessoas foram presas por envolvimento no esquema. O bando teria movimentado mais de R$ 2,5 milhões nos últimos dois anos.

De acordo com o diretor da Delegacia Regional de Canoas, delegado Cristiano Reschke, as extorsões ocorriam por meio do chamado “golpe dos nudes”. No caso em questão, um perfil falso do delegado Fernando Sodré foi utilizado em uma das etapas do crime.

A dinâmica do golpe consiste em contatos online com a vítima. Isso é feito por meio de interações nas redes sociais ou pelo aplicativo WhatsApp.

Tudo começa com uma suposta jovem, que chama a vítima e a instiga a trocar mensagens de cunho sexual e fotos íntimas. A mulher, no entanto, não passa de uma personagem e o perfil dela é controlado por um golpista.

Na sequência, outro comparsa faz contato e se apresenta como pai da jovem. Ele alega que a filha é menor de idade e que a conduta da vítima se enquadra no crime de pedofilia.

Por fim, um terceiro criminoso entra em ação e finge ser um delegado, neste exemplo, o chefe de Polícia. Para evitar o cumprimento de uma teórica prisão, é exigido que a vítima transfira valores para a contas ligadas a estelionatários.