CONDENAÇÃO

Justiça condena servidores da Embrapa de Bento Gonçalves por fraude na compra de uvas

As investigações revelaram irregularidades que ocorreram entre 2010 e 2017, como compras superfaturadas, desvio de dinheiro público e contratos feitos sem licitação

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Justiça condena servidores da Embrapa de Bento Gonçalves por fraude na compra de uvas

Bento Gonçalves - A Justiça Federal de Bento Gonçalves condenou cinco pessoas por envolvimento em um esquema de fraudes na unidade da Embrapa Uva e Vinho, localizada na cidade. A sentença, assinada pelo juiz Marcelo Roberto de Oliveira, saiu no último dia 12 de junho, mas tornou-se pública apenas esta semana.

As investigações, conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal, revelaram irregularidades que ocorreram entre 2010 e 2017, como compras superfaturadas, desvio de dinheiro público e contratos feitos sem licitação, favorecendo funcionários da própria Embrapa e pessoas ligadas a eles.

A operação, batizada de “Liber Pater”, descobriu que alguns funcionários usaram parentes e conhecidos como laranjas para receber dinheiro de forma ilegal. Notas fiscais foram emitidas em nome desses terceiros, mas os lucros e os registros das vendas iam diretamente para servidores da Embrapa.

As fraudes aconteciam, principalmente, na compra de uvas. A Justiça comprovou que a empresa fazia a compra antes mesmo de abrir o processo para justificar a dispensa da licitação, o que é ilegal. Documentos mostraram que o próprio servidor recebia os valores, usando vinícolas em seu nome, enquanto simulava que outras pessoas eram os fornecedores.

O juiz destacou na sentença que os envolvidos causaram prejuízo de mais de R$ 27 mil aos cofres públicos e geraram enriquecimento ilícito de cerca de R$ 50 mil para dois dos réus.

As penas aplicadas incluem

  • Devolução do dinheiro desviado aos cofres públicos (o valor será dividido entre os condenados)
  • Perda dos direitos políticos por seis anos
  • Proibição de fazer contratos ou receber benefícios do poder público por quatro anos
  • Multa no valor equivalente ao prejuízo causado (a ser calculada na fase final do processo)

Alguns dos condenados também já foram punidos na esfera criminal por esses mesmos fatos.