
Rio Grande do Sul - O casal de influenciadores digitais de Canoas, Gladison Pieri e Pamela Pavão, foi preso pela terceira vez na quarta-feira (4), acusado de continuar praticando o golpe das rifas virtuais, mesmo após medidas cautelares impostas pela Justiça. Eles são investigados por crimes como exploração de jogos de azar, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Anteriormente, em agosto de 2024, a Polícia Civil deflagrou a Operação Dubai, que resultou na apreensão de mais de 15 veículos de luxo, armas, dinheiro e joias na residência do casal. Na ocasião, Gladison foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, mas foi liberado após pagar fiança de R$ 100 mil.
Pamela também foi liberada após prestar depoimento. Apesar das apreensões e da investigação em andamento, o casal continuou promovendo rifas virtuais, oferecendo prêmios como carros e imóveis, sem entregar os bens aos compradores legítimos. Em vez disso, direcionavam os prêmios para pessoas próximas e utilizavam “laranjas” para aparecer como vencedores em transmissões ao vivo, de acordo com a polícia.
Além disso, a investigação revelou que o casal movimentou milhões de reais em suas contas bancárias, misturando lucros ilícitos com rendimentos de empresas associadas e ocultando ativos não registrados em seus nomes, configurando lavagem de dinheiro. Eles ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais, com veículos avaliados em mais de R$ 1 milhão e viagens internacionais.
Após a terceira prisão, o casal foi novamente liberado, mas com restrições impostas pela Justiça, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, bloqueio de perfis nas redes sociais, proibição de deixar o país e recolhimento de passaportes. O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) também solicitou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do casal.
A situação do casal continua sendo monitorada pelas autoridades, que reforçam o combate a esquemas fraudulentos nas redes sociais.
Investigação e Acordo de Não Persecução Penal
Já o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) solicitou o cancelamento de um acordo de não persecução penal (ANPP) que estava em tratativas com casal de influenciadores digitais de Canoas após essa prisão, devido à nova investigação. As tratativas da instituição, após três reuniões junto com advogado dos investigados, ocorriam como uma alternativa ao processo criminal sobre golpe das rifas virtuais que estavam envolvidos.
Desta forma, o promotor de Justiça Tiago Moreira, responsável pela investigação, deu parecer favorável à prisão preventiva do casal, que ocorreu em Canoas. Segundo ele, “houve uma alteração de rumo em razão de vídeos nas redes sociais, especialmente envolvendo foguetório e casamento – fatos em que o casal é investigado e que chegaram ao conhecimento da 3ª Delegacia de Polícia da cidade. Com isso, houve a reabertura da investigação após ser constatada a ocorrência de atividades ilícitas, cuja referência específica resta inviável neste momento, em razão do sigilo judicial”.
Com o cancelamento do ANPP, o promotor Tiago Moreira informa que, em razão dos fatos novos, o MPRS aguardará a remessa dos autos para os devidos fins, como por exemplo, o oferecimento ou não da denúncia à Justiça.