IMUNIZAÇÃO

Vacinação contra HPV é prorrogada para jovens de 15 a 19 anos no RS até o fim do ano

Medida do governo estadual amplia a faixa etária temporariamente e busca resgatar quem perdeu a imunização na infância

Foto: Julia Prado/Ministério da Saúde
Foto: Julia Prado/Ministério da Saúde

O governo do Rio Grande do Sul prorrogou, por meio da Secretaria Estadual da Saúde (SES), a vacinação contra o HPV para adolescentes de 15 a 19 anos que ainda não foram imunizados. A decisão, válida até dezembro de 2025, segue diretrizes do Ministério da Saúde e tem como foco ampliar o resgate vacinal de jovens que perderam a oportunidade de se proteger na faixa etária prevista originalmente.

A vacina contra o HPV é a principal forma de prevenção contra o câncer de colo do útero, além de outros tipos como os de ânus, pênis, boca e orofaringe. No calendário nacional, o imunizante é ofertado em dose única para meninas e meninos de 9 a 14 anos. A ampliação temporária da faixa etária, iniciada em março, busca aumentar a cobertura e reduzir os riscos relacionados à infecção.

Situação no RS

Desde o início da nova estratégia, cerca de 6,6 mil adolescentes entre 15 e 19 anos receberam a dose no Rio Grande do Sul. No entanto, a estimativa da SES é de que aproximadamente 300 mil jovens ainda não tenham sido vacinados. Quando não há comprovação de histórico vacinal, a recomendação é aplicar a dose de resgate.

A cobertura vacinal entre crianças e adolescentes segue abaixo da meta de 90% preconizada pelo Ministério da Saúde. Em 2024, as taxas foram de 86,7% para meninas e 70,7% para meninos. Abaixo, os dados dos últimos anos:

  • 2025 (parcial) – Meninas: 79,2% | Meninos: 66,1%
  • 2024 – Meninas: 86,7% | Meninos: 70,8%
  • 2023 – Meninas: 83,4% | Meninos: 63,7%
  • 2022 – Meninas: 79,1% | Meninos: 51,3%
  • 2021 – Meninas: 75% | Meninos: 40,1%

O que é HPV?

O HPV é uma infecção sexualmente transmissível comum que pode afetar a pele ou mucosas da região genital, anal ou oral. A transmissão ocorre, principalmente, por contato direto durante relações sexuais – inclusive oral-genital e manual-genital. Mesmo sem penetração, há risco de contágio. A infecção também pode ser transmitida no parto.

Apesar de muitas vezes ser assintomático, o HPV pode evoluir para quadros graves. Quando persistente, o vírus está associado a diversos tipos de câncer. Somente em 2023, o Rio Grande do Sul registrou 1.420 casos de câncer de colo do útero e 407 mortes pela doença.

Sobre a vacina

A vacina usada no SUS é a quadrivalente, que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros estão relacionados a verrugas genitais e papilomatose laríngea, enquanto os tipos 16 e 18 são os principais responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero.

A imunização é gratuita e está disponível:

  • Para meninas e meninos de 9 a 14 anos (dose única);
  • Para adolescentes de 15 a 19 anos que não se vacinaram antes (até dezembro de 2025);
  • Para pessoas de 9 a 45 anos com condições especiais, como pacientes com HIV, transplantados, oncológicos, vítimas de violência sexual, usuários de PrEP e portadores de papilomatose respiratória recorrente.

Quem já teve HPV também pode se vacinar, desde que esteja dentro das faixas etárias indicadas. A vacina pode prevenir reinfecções ou reativações do vírus.

Perguntas frequentes

Precisa de autorização dos pais para vacinar?
Não. Basta apresentar um documento de identidade e, se possível, o cartão de vacinação.

A vacina substitui o uso do preservativo?
Não. A proteção contra o HPV é específica. O uso de camisinha continua essencial para evitar outras ISTs.

O que mais ajuda na prevenção?
Além da vacinação, o exame preventivo (Papanicolau) é importante para identificar lesões precursoras do câncer de colo do útero.

Mais informações podem ser obtidas nas unidades básicas de saúde e no site do Ministério da Saúde.