AÇÃO JUDICIAL

Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul processa vereador Hiago Morandi por abordagem no CES

Ação cita injúria, desacato, abuso de autoridade e dano moral após visita ao Centro Especializado de Saúde (CES). O vereador diz que movimentação dos sindicatos soa como uma forma de intimidação para cessar as fiscalizações.

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Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul processa vereador Hiago Morandi por abordagem no CES

O Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul e o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) ingressaram com uma ação judicial contra o vereador Hiago Morandi (PL). A iniciativa ocorre após uma visita realizada pelo parlamentar ao Centro Especializado de Saúde (CES), no dia 28 de maio.

Durante a visita, Morandi questionou, em vídeo publicado em suas redes sociais, a ausência de um médico que havia deixado a unidade antes do horário previsto. O conteúdo gerou ampla repercussão nas plataformas digitais.

Segundo o presidente do Sindicato da categoria na cidade, Marlonei Santos, na ação, os sindicatos apontam que houve supostos crimes de injúria, desacato a funcionário público em serviço, abuso de autoridade e dano moral. 

As entidades afirmam que, embora o vereador tenha o direito e dever de fiscalizar serviços públicos, a conduta adotada no episódio foi considerada inadequada.

“Entendemos que vereador tem o direito e o dever se fiscalizar um serviço público, o que ele não pode fazer esta fiscalização de forma violenta, tumultuada e abusiva, com o agravante de ter feito um vídeo que viralizou na internet injuriando o médico”, pontua Marlonei.

O caso está agora sob análise judicial.

Veja o vídeo que motivou a ação dos sindicatos da categoria

O que diz Morandi

Em contato com a reportagem nesta quinta-feira (19), Hiago Morandi disse que foi ao local acionado por uma paciente e que, com base no que presenciou, ligou para o secretário da saúde de Caxias do Sul, Geraldo da Rocha Freitas Jr, para cobrar uma sindicância.

“A gente não vai parar com as fiscalizações. Estamos garantidos pelo artigo 31 da Constituição e pela Lei Orgânica. O que a gente fez no dia do fato, no CES, foi fazer um pedido de sindicância, que está até no vídeo (veja acima). Liguei para o secretário da saúde e pedi uma sindicância, para ele para averiguar quem estava certo, quem estava errado. Eu fui chamado por uma paciente que aguardava cinco anos para fazer uma cirurgia. Ela disse que o médico não estaria ali e, onde eu fui, ele realmente não estava. Ele já tinha saído do consultório e não estava no local. Cada um dizia uma coisa.

O vereador disse, ainda, que essa ação dos sindicatos da categoria soa como uma forma de intimidação para cessar as fiscalizações, o que o parlamentar garante que não irá parar de fazer.

“Eu não falei o nome do médico. Não expus o rosto dele em nenhum momento. A gente sempre tenta preservar a imagem das pessoas para a ampla defesa e contraditório. A população está em peso comigo. Recebi muitas mensagens. Eu fico triste do sindicato tentar nos afrontar, na contramão da transparência. Tudo que faço no mandato eu dou transparência e publico nas redes sociais, que o povo gosta disso. A gente entende que é uma intimidação do sindicato, mas a gente não vai parar de fiscalizar”, conclui o vereador.