A Igreja Católica passa por mais um momento importante de sua história. Após a morte do Papa Francisco, em 21 de abril, o novo pontífice foi definido na última quinta-feira (8). Robert Francis Prevost, 69 anos, natural de Chicago, nos Estados Unidos, agora é o Papa Leão XIV.
Em suas primeiras palavras como sucessor de Pedro, Prevost frisou: “Deus nos ama, Deus ama a todos vocês, e o mal não prevalecerá! Estamos todos nas mãos de Deus”. A construção de pontes por meio de diálogo para “sermos um único povo, sempre em paz”, foi uma das aclamações do papa.
Nos últimos anos, mobilizações em âmbitos como a corrupção, pedofilia e casamento entre pessoas do mesmo sexo na Igreja Católica demonstraram uma certa abertura do catolicismo sobre os temas, embora isso não seja bem visto pelos mais conservadores, e o Papa Leão XIV é visto como um reformista, alinhado à linha de abertura implementada por Francisco. Além disso, é considerado um profundo conhecedor da lei canônica. A mesma rege a Igreja Católica.
Após a morte do Papa Francisco, o reitor do Santuário de Caravaggio, padre Ricardo Fontana, apontou que o novo líder do cristianismo deveria ter uma postura “diplomática” perante as pautas atuais no mundo, como guerras, fome e meio ambiente. A postura de Prevost logo após o anúncio vai de encontro com este perfil, segundo Fontana.
“A sensibilidade no seu olhar, no seu gesto, revela um homem muito equilibrado, isso é muito importante para ele conseguir esse diálogo entre as nações na promoção da paz, da unidade entre as pessoas e a unidade da igreja”, confirmou ele.
Havia a expectativa de que o novo papa se chamasse Francisco II, demonstrando a continuidade do trabalho realizado por Jorge Mario Bergoglio. Porém, o nome escolhido foi Leão, o qual não era utilizado a quase 150 anos.
“É interessante a gente fazer uma reflexão no nome que ele escolheu, que é Leão XIV, ele pretende dar continuidade ao legado de Leão XIII, eleito papa em 1878, durante a Revolução Industrial, e ele teve um papel fundamental neste momento, ao tratar das questões sociais e das questões de justiça ao trabalho humano”, disse Fontana.
A formação de Prevost também foi destaca por Ricardo Fontana, com profundos conhecimentos em diversas áreas, é poliglota (fala os idiomas inglês, português, espanhol, italiano e francês), demonstrando grande cultura.
“Com certeza ele tem um carinho, preocupação com o meio ambiente, evangelização da juventude, a igreja que cresce na África, na Ásia. Ele, que viveu muitos anos no Peru, tem esse espírito latino-americano, então é bonito a gente ver que essa escolha do Espírito Santo que inspirou os colegas cardeais para a eleição dele, pela sua dimensão plural de conhecimento e preparação que apresenta. Um homem sereno, com espiritualidade, maduro, equilibrado humanamente“, concluiu o padre Ricardo Fontana.
O dom Odilo Scherer, gaúcho presente da coletiva de cardeais no Vaticano nesta sexta-feira (9), afirmou que Prevost é “Mais peruano que americano”. O fato do Santo Padre ser norte-americano tem gerado preocupação, já que a nomeação se dá diante de um cenário de perseguição de imigrantes, principalmente nos Estados Unidos, estimulada pelo atual presidente Donald Trump.