A Brigada Militar confirmou na tarde desta sexta-feira, dia 9, que quatro criminosos que assaltaram um carro-forte na BR-470, na terça-feira, dia 6, permanecem no mato, na região de Monte Belo do Sul e estão buscando alimentos e celular nas casas da localidade de Linha 100, e Linha 40, interior do município. Outros três foram presos e outros dois fugiram para Viamão.
A polícia faz um forte cerco policial com mais de 80 homens, helicópteros, viaturas e cães farejadores após a afirmação de moradores para a polícia que os bandidos estão chegando em algumas residências e solicitando alimentos e celulares para comunicação com outros integrantes da quadrilha. Acredita-se num suposto resgate.
Segundo o subcomandante do 3º BPAT (Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas) Major Álvaro Martinelli, os criminosos nas últimas horas chegaram em mais de uma casa para buscar alimentação, celular e até banho. Os bandidos estão rendendo as famílias, com violência e exigem comida e telefone para comunicação. Acredita-se que a qualquer momento a quadrilha possa fazer alguém de refém e tentar evadir-se do local.
“Nós orientamos aos moradores da comunidade em que tenha um celular escondido, e, caso os bandidos cheguem no local, imediatamente comunique a Brigada Militar através do 190, mesmo que levem algum familiar de refém, eu uma suposta fuga, porque é muito melhor parar em uma barreira, ser abordado em uma barreira do que morrer nas mãos de criminosos de alta periculosidade”, pede o major.
A preocupação aumenta na medida que os policiais já sabem que casas estão sendo invadidas pelos criminosos, um deles inclusive estaria armado com uma metralhadora automática e ferido. A meta da polícia agora é evitar com o que ocorreu na quarta-feira, dia 7, e Garibaldi, onde dois bandidos que furaram a barreira policial no trevo de acesso à Monte Belo do Sul, na ERS-444, com uma Montana roubada de uma família sequestraram um casal de agricultores na localidade de Santo Antônio do Araripe para levá-los até Viamão, na região Metropolitana.
A vítima foi abordada por um homem com uma arma em punho quando estava no salão da comunidade aguardando a chegada de uma distribuidora de bebidas. Ele e sua esposa foram amarrados, e exigiram que entregassem o caminhão.
O homem disse que não entregaria o veículo, mas poderia levar os bandidos onde eles quisessem. Os dois concordaram, momento em que um deles foi até o meio do mato buscar uma sacola, cheia de armas, que estava escondida, incluindo um fuzil.
Ao embarcarem no veículo, os criminosos passaram o roteiro que gostariam que a vítima fizesse. A dupla mandou ir por Barão, depois Montenegro, e por fim, Viamão, fugindo do grande fluxo de veículos em direção a Porto Alegre.
Ao chegarem na região Metropolitana, os bandidos deram R$ 12 ao casal. A dupla de criminosos confirmou aos agricultores que estavam na Montana que furou o bloqueio policial horas após o assalto.
Segundo o agricultor, os bandidos contaram que teriam se escondido em matas da região e que teriam se alimentado de uvas durante às 24 horas em que ficaram no matagal na região de Garibaldi.
Os bandidos também afirmaram ao casal, que estariam no mato em Monte Belo do Sul ainda quatro criminosos e não três como havia a informação. As buscas se intensificam na região de Monte Belo do Sul e Santa Tereza depois dessa afirmativa dos bandidos. O veículo roubado em Monte Belo do Sul, a Montana, ainda não foi localizada.
Os três bandidos que foram presos no dia da ação, após uma troca de tiros no trevo de acesso a Monte Belo do Sul, identificados como Marcelo Veloso da Silveira, de 35 anos, Luigi Pereira da Silva, de 20, e Fernando Toledo Bastos, de 35 anos foram presos, encaminhados para a Delegacia de Bento Gonçalves e posteriormente para o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Porto Alegre que investiga o caso. Bastos inclusive cumpria pena no regime semiaberto após ter matado um comerciante em um roubo de malote da Caixa em Garibaldi no ano de 2009. Ele havia sido condenado há 10 ano, mas a justiça determinou que ele cumprisse a pena no semiaberto desde novembro de 2017.
Ouça o que disse o Major Martinelli com exclusividade ao repórter Airton Ferreira, em uma base da Brigada Militar em Monte Belo do Sul.