MEIO AMBIENTE

Congresso aprova projeto que fragiliza regras do licenciamento ambiental

Nova lei permite obras de alto impacto sem exigência de análise técnica prévia

Plenário da Câmara dos Deputados | Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados
Plenário da Câmara dos Deputados | Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (17) um projeto de lei que fragiliza as regras do licenciamento ambiental no país. A proposta, que agora segue para sanção presidencial, libera diversos tipos de empreendimentos da obrigação de obter licença prévia.

O texto permite que obras públicas e privadas, mesmo com alto potencial de impacto ambiental, sejam realizadas sem análise técnica. Atividades de infraestrutura, mineração e energia estão entre as beneficiadas pela flexibilização.

Críticas apontam retrocesso ambiental

Especialistas e entidades ambientais criticaram duramente a medida. Para eles, a nova legislação compromete o controle de danos ao meio ambiente e aumenta o risco de desastres socioambientais. A ausência de fiscalização prévia é um dos pontos mais preocupantes.

Autodeclarações substituem licenças

O projeto autoriza o uso de autodeclarações em substituição ao licenciamento tradicional. Com isso, empreendedores poderão atestar, por conta própria, que suas atividades não oferecem risco, o que pode comprometer a transparência e o rigor técnico.

Votação dividiu parlamentares

Durante a votação, parlamentares se dividiram. A base governista e a bancada ruralista defenderam o texto, alegando que ele destrava investimentos. Já a oposição e representantes do meio ambiente alertaram para os impactos a longo prazo.

Presidente decidirá próximos passos

O texto segue agora para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pode sancionar integralmente, vetar trechos ou rejeitar a proposta. Ambientalistas pressionam por vetos nos artigos considerados mais danosos.

Impactos da nova legislação ambiental

Caso seja sancionado sem alterações, especialistas alertam para o risco de aumento no desmatamento, perda de biodiversidade e insegurança jurídica. O Brasil, segundo eles, pode comprometer compromissos internacionais de preservação ambiental.