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China apela aos EUA que cumpram obrigações com a OMS

Para ministério chinês, corte é negativo e afetará todos os países

Foto: Reuters
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O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China considera que o corte no financiamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), por parte dos Estados Unidos (EUA), é negativo e vai afetar todos os países do mundo. O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou ontem que vai pedir uma investigação na OMS e suspender o financiamento até que saiam as conclusões do inquérito. Reações à decisão ocorrem em todo o mundo.

Zhao Lijian, porta voz do ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, alertou que a pandemia está em um ponto crítico, infectando quase 2 milhões de pessoas. Ele considera que o corte no financiamento vai afetar todos os países e que, por isso, os EUA devem assumir as suas obrigações com a OMS.

No anúncio feito à imprensa, Trump disse que “o mundo recebeu muitas informações falsas sobre a transmissão e a mortalidade” da covid-19, argumentando que a OMS teve má gestão e acusando igualmente a China dessa ocultação.

O presidente norte-americano lembrou que os EUA contribuem com “US$ 400 milhões a US$ 500 milhões por ano” para a organização, em oposição aos cerca de US$ 40 milhões, ou “ainda menos”, que Trump estimou que seja o investimento da China. O presidente americano disse que o pagamento dos EUA representa 15% do orçamento da instituição.

Para Donald Trump, se a OMS “tivesse feito o seu trabalho e enviado especialistas médicos para a China”, para verificar a “situação no local”, a pandemia poderia “ter sido contida na fonte, com pouquíssimas mortes”.

A decisão de Trump gerou críticas de vários países e instituições. António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou que este “não é o momento de reduzir o financiamento das operações” da Organização Mundial da Saúde ou de qualquer outra instituição humanitária que esteja na linha da frente do combate ao vírus.

“A minha convicção é que a OMS deve ser apoiada por ser absolutamente essencial aos esforços do mundo para ganhar a guerra contra a covid-19”, salientou Guterres.

Na última semana, o líder da ONU tinha já reagido às críticas norte-americanas à OMS, ao lembrar que a organização, com milhares de funcionários, está na linha da frente da luta contra a pandemia e no apoio aos Estados-membros da ONU, “principalmente aos mais vulneráveis”, com diretivas, formação ou equipamento.

Fonte: Agência Brasil