Desde que o novo governo tomou o poder, a discussão sobre o gerenciamento e controle das estatais voltaram às manchetes. O brasileiro ficou surpreso quando Mercadante assumiu o BNDES mesmo sendo um dos coordenadores da campanha de Lula, o que até então era proibido por lei.
Ventila-se ainda alterações na privatização da Eletrobras. Os trabalhadores que investiram seu FGTS na empresa viram as ações oscilarem forte a cada declaração vinda do Planalto. Até aqui nada mudou, mas é cedo para comemorar visto que o ex-advogado de Lula na Lava-Jato, Cristiano Zanin, que tomou posse no STF no dia 03 de agosto, pode assumir o caso que envolve as leis das estatais.
Embora esses acontecimentos sejam importantes, o que mais preocupa é o caso da Petrobras. Mas o governo não está fazendo nada às escondidas, todos movimentos foram amplamente anunciados e repetidos em entrevistas de diversas figuras de Brasília.
Entre as mudanças postas em prática estão: mudança da política dos dividendos, criação de cargos livres remunerados para assessores do conselho, mudança no plano de investimentos, novos contratos com a Sete Brasil e, talvez a principal seja, mudança na política de preços. Além disso, conforme reportagens veiculadas em alguns jornais, fontes do Planalto afirmam que existe uma pressão de uma ala do partido sobre o presidente Jean Paul Prates, porque consideram que as mudanças deveriam ser feitas com maior intensidade.
Pois bem, o governo petista repaginou a estatal para voltar a ter a função social que ela exercia no passado sobretudo como foi nos governos Lula e no governo Dilma. Obviamente que essa mudança causa um pouco de preocupação entre muitos investidores que estão atentos à saúde financeira e lucratividade da empresa.
Por isso, os números que foram divulgados essa semana sobre a defasagem entre o preço internacional e o praticado pela companhia e a participação cada vez maior sobre as importações de combustíveis, acenderam o alerta no mercado financeiro. Alguns analistas dizem que a volta dos impostos sobre a gasolina seguida pela redução do preço nas refinarias desviou o fluxo financeiro da empresa em favor do acionista majoritário, o governo, prejudicando, assim os acionistas minoritários.
Por fim, as consequências para a Petrobrás conheceremos nos próximos anos e veremos o que o governo fará caso tenhamos uma disparada no preço do petróleo globalmente (neste momento ele acumula seis semanas consecutivas de alta). Cabe destacar que o controle do preço dos combustíveis tem favorecido a economia, porque ajudou a ancorar as expectativas de inflação em um nível mais baixo e permitiu que o Banco Central iniciasse o ciclo de queda nos juros.