Mulher recebendo presente surpresa, com outra pessoa cobrindo seus olhos.
Imagem: Freepik

Eu adoro receber pessoas em casa. Não tem frescura, não tem que tirar o sapato antes de entrar (o que não seria má idéia), nem um jeito específico pra se vestir; pode vir de pijama ou traje social, você decide. O que não pode fazer é vir pelado, figurativamente, se achando tão de casa e fazendo coisas que nem os donos da casa fariam.

Aquele tempo em que quem convidava pagava tudo se foi. Depois teve o tempo do racha, onde um coitado comprava e na hora todo mundo dividia (kkkk, aviso de treta). Agora chegamos no que considero o modelo ideal. Cada um leva o que quiser, pra beber, pra comer e, como já presenciei e gostei, leva até sua cadeira confortável dobrável em festas no jardim.

Então, pra gente se ajudar, segue uma lista do que é “de bom tom”, como dizia uma tia avó fresca que eu tinha, quando somos convidados ou combinamos uma fexteeenha na casa de alguém.

– Avise se vai ou não vai. Não enrola até a última hora porque a gente tem mais o que fazer.

– Dá ou desce. Não fique confirmando, desconfirmando, mandando mensagens e mais mensagens enquanto a pessoa tá lá, na casa dela, com outros convidados.

– Pergunte o que levar. Chegar de mãos abanando é feio. Levar outras pessoas não convidadas não conta como levar alguma coisa.

– Se quiser levar alguém, pergunte antes. Mas seja preciso na quantidade. Entre 1 e 10 existem 9 indivíduos que podem não caber, física ou climatologicamente falando.

– Que convite é esse? Preste atenção se você foi convidado para uma confraternização intimista ou festão. Se é pra pouca gente, levar primo do amigo do tio que não foi convidado, é feio.

– Quem é essa pessoa na fila do pão? Levar mais alguém não quer dizer levar uma galera que você conheceu no happy hour open bar e você nem sabe direito quem é. Perguntar quando já está na porta da casa não é só feio, é pressão.

– Educação é tudo. Instrua os seus penetras a cumprimentar as pessoas, na entrada e na saída. Afinal, você se torna eternamente responsável pelos penetras que levou.

– Levou, tomou. Não pode levar Xixón Beer e tomar a artesanal do outro. O mesmo vale pro vinho, água, refrigerante e até kombucha. 

– Qual o cardápio? Se cada um tem que levar alguma coisa pra jogar na churrasqueira ou um prato e você não está passando por dificuldades financeiras, levar um maço de alface ou um pacote do pão de alho mais bagaceiro não conta. Deixa de ser pão duro.

– Nem vou comer nada. Se você tinha que levar alguma coisa, ou se a conta das compras vai ser rachada, chegar dizendo que não vai comer nada e depois comer de tudo com cara de paisagem, você além de pão duro é cara de pau.  

– O centro do universo. Você é convidado, não a cereja do bolo. Deixe todo mundo brilhar! Não precisa falar mais alto que a música nem fazer todos ouvirem suas histórias. De novo. E de novo.

– É uma confraternização, não um ringue de boxe. Não crie treta com outros convidados, com amigos, com os donos da casa ou parentes deles.  

– Me ajuuude. Ofereça ajuda, mas se os anfitriões não quiserem, não insista. Talvez você mais atrapalhe do que outra coisa.

– Não faça na casa dos outros o que não gostaria que fizessem na sua. A menos que eles te peçam, daí você tá liberadão.

– Relógio biológico. Se sentir que se passou, seja elegante e vá embora. É difícil, mas daí a sua dignidade vai embora com você e não fica perdida na casa dos outros.

– A hora certa. Chegar tarde não te dá o direito de ficar até o anfitrião pegar no sono na cadeira na sua frente. Tem hora pra ir embora, especialmente se os donos da casa já foram dormir e te deixaram falando sozinho.

– Não esqueça de levar embora seus objetos pessoais. Provavelmente os anfitriões não vão adorar ver você voltando no dia seguinte. Os penetras que você levou também devem ser levados embora por você, por mais que eles queiram ficar dormindo no sofá ou bebendo até o último gole de vinho.

– No dia seguinte, agradeça. Mande um muito obrigada, ou emende um pedido de desculpas, dependendo da merda que você fez.

Agora já sabe, se eu te convidar pra ir na minha casa ou você for na casa de alguém, segue as dicas, pra ser sempre bem-vindo no barraco alheio e não ser o barraco que todo mundo fica falando no dia seguinte.

Aviso: Esta é uma obra de ficção realística, qualquer semelhança com micos que já paguei ou presenciei, nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência. Ou não.