Imagem mostrando código de computador em tom azul com uma silhueta de caveira, simbolizando cibersegurança e hacking.
Imagem: Freepik

“Quem nunca disse ao filho: não confie em estranhos?”

De tantos golpes que vemos todos os dias, essa frase já poderia se tornar um verdadeiro lema familiar. Se fôssemos uma empresa, seria nossa missão, visão e valores: aqui, não confiamos em estranhos.

Agora, amplie essa ideia: não confie em estranhos, especialmente se eles souberem algo sobre você.

Parece contraditório? Nem tanto. É exatamente assim que funciona grande parte dos golpes, tanto no mundo digital quanto fora dele e essa técnica tem nome: engenharia social.

Golpes offline

No mundo físico, tudo começa de maneira simples. Uma pessoa distraída é abordada por alguém que menciona um detalhe verdadeiro sobre sua vida. Em Caxias do Sul, por exemplo, é comum o golpista dizer que conhece a vítima da Randon ou da Marcopolo. Para quem tem mais de 60 anos, qual a chance de já ter trabalhado nessas empresas ou ter familiares próximos que trabalham atualmente?

Em seguida, o golpista conta que ganhou na loteria, mas não sabe como resgatar o prêmio. Oferece uma porcentagem para quem o ajudar. Outro comparsa aparece para “validar” a história, e quando a vítima percebe… já caiu no golpe.

Golpes digitais: escala e sofisticação

No ambiente digital, o golpe é o mesmo, apenas evoluiu.
E aqui, o criminoso ganha escala. Se antes ele precisava abordar uma pessoa por vez, agora pode atingir milhares.

Um dos golpes mais comuns é a mensagem no WhatsApp, enviada de um novo número, dizendo que perdeu o celular e pedindo dinheiro emprestado.

Simples, mas eficiente: a confiança e o medo trabalham contra você.

Ainda pior é quando o WhatsApp da vítima é clonado. Nesses casos, o número e a foto são reais. Como a vítima perde o acesso, não consegue avisar seus contatos. A chance de alguém acreditar e transferir dinheiro aumenta muito.

Como evitar cair nesses golpes

A regra principal é simples:

Nunca compartilhe códigos recebidos por SMS.

Esses códigos geralmente permitem que golpistas ativem sua conta em outro aparelho, inclusive o WhatsApp.

Isso quase aconteceu comigo. Insatisfeito com o atendimento de uma grande operadora, fiz uma reclamação nas redes sociais. Quinze minutos depois, um perfil sem seguidores e sem publicações, mas usando a foto da empresa, me ofereceu ajuda. Ele me pediu o código enviado por SMS.
Descobri rapidamente: tratava-se de um golpe.
O criminoso foi mais rápido que a própria empresa.

Como se proteger

Não se trata de “nunca confiar em ninguém”, mas de interpretar bem as mensagens antes de agir.

  • Desconfie quando algo normalmente difícil parecer fácil demais.
  • Leia até o fim antes de enviar informações.
  • Perceba mudanças bruscas no comportamento de alguém.
  • Sempre que possível ative a validação em dois fatores

Como mencionei em outra matéria sobre golpes com Inteligência Artificial:

Em um mundo onde “ver para crer” já não é garantia de nada, desconfiar é nossa melhor defesa.

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Lá você poderá assistir à gravação do Bom Dia TI #163, realizado em 07/11/25, com o tema “Crimes Virtuais Sofisticados”, apresentado pelo especialista Roberto Clamer.