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No Brasil o sonho de todo sindicalista sempre foi receber o salário “justo” por seu trabalho sem precisar trabalhar. A prova é dada pela quantidade de sindicatos que se multiplicaram ao longo dos anos e, por extorsão, eram sustentados pelos trabalhadores de sua classe. Como agentes políticos erguem a bandeira dos direitos trabalhistas, combatem dia e noite a opressão do poderoso capital. Seus métodos sempre foram os mesmos: pedidos descomedidos e greves.

Na iniciativa privada as greves não geram tanto apelo, pois a maioria dos trabalhadores não se importa com os sindicalistas, querem somente um labor digno e víveres suficientes. Nas repartições públicas a história é diferente. A grande maioria abraça as greves, as exigências, anda de mãos dadas aos sindicatos. Talvez o maior exemplo seja a classe dos professores. Sustentados por um discurso moralista. Os professores exaltam sua própria importância e têm em suas greves anuais o acontecimento mais importante do ano letivo, pois é quando aparecem nos jornais.

Em um ano atípico, o qual a histeria tomou conta do mundo. A classe que forma a cabeça dos adultos do futuro não poderia ficar de fora. Depois de meses, enfim chegam ao estrelato. Ao lugar número um do pódio. São o assunto do momento. Mais de 200 dias sem aula.

Pelas notas do PISA sabemos que a escola no Brasil tem muito mais função de cuidadoras dos filhos, pois permite que os pais tenham onde deixar seus filhos, do que de ensiná-los português e matemática. Acontece que até essa função está sendo negada. Com a desculpa de que se preocupam com a vida das crianças – eles mesmos ignoram os números que apontam pela baixíssima infecção de crianças -, os professores, em sua maioria seguidora da cartilha socialista, recusam-se a voltar à cátedra, condenam quem defenda que voltem a cumprir a função pela qual são pagos. Unidos, eles fazem pressão sobre os políticos para que as escolas públicas permaneçam fechadas. Os pais que se lasquem. Antes não tinham emprego. Agora não podem aceitá-lo, porque não têm condições de pagar alguém para cuidar de seus filhos.

E o ensino, como fica o conteúdo das crianças? Ah! Lembrei, não podemos ser conteudistas. Precisamos desenvolver competências no aluno. Talvez a competência mais próspera em sala de aula seja mostrar para os estudantes como é bom ficar em casa e receber de quem paga imposto, dar de ombros para aqueles que trabalham, não se importar com a qualidade do ensino passado, repetir os jargões da grande mídia e dar as mãos aos sindicalistas, aos socialistas. Afinal, o que seria mais importante para o futuro país do que férias eternas remuneradas?