Uma misteriosa observação chamou minha atenção “a maioria dos filósofos ficaram órfãos ainda criança, principalmente de mãe”.
Apenas alguns exemplos: Descartes, Hegel, Chico Xavier, Nietzsche (pai), Rousseau, Platão (pai), Espinoza, David Hume (pai), Abraham Lincoln, Isaac Newton (pai), Tolstói (pai e mãe), Blaise Pascal, Thomas Jefferson (pai), Adam Smith, Nicolau Copérnico, Confúcio (pai), Marco Aurélio, Nelson Mandela (pai).
Mas qual a razão Divina para que, justamente no momento em que o filho mais precisa do apoio maternal, ela não esteja presente? A resposta é que jamais se afastou.
Considerando que o amor é o laço primário e vital que interliga mãe e filho, não é admissível aceitar que com a morte do corpo este sentimento também morra. O contrário, ele permanece inalterado e eterno, confirmando quem melhor poderia exercer a tarefa de doar-se.
Não por acaso, nas Escrituras Sagradas a palavra “mãe” aparece por mais de 300 vezes, lendo-as entendemos porque ela deve ser honrada, pois nenhuma influência é tão poderosa. Sem dúvida o “amor de Deus” está representado simbolicamente pelo “amor de Mãe” – lembrando a célebre frase “Não vos deixarei órfãos”!
Numa visão metafísica a dualidade corpo e alma ocorrem simultaneamente, servindo como sustentáculo para evolução espiritual e progresso do indivíduo. Assim, seria correto afirmar que o amparo é mais bem exercido espiritualmente do que fisicamente, como um despertar luminoso íntimo, visto que estes pensadores precisariam de apoio anímico para prosseguir com sua missão. O vínculo materno é um elo sublime que forma uma consciência transcendente que nos conecta com Deus. A morte não é obstáculo, pois os laços que envolvem mãe e filho rompem barreiras que parecem intransponíveis, fazendo com que sua presença resplandeça em nosso coração.
Convém considerar que às leis que regem a conexão entre os dois mundos devem estar em afinidade com as leis fisiológicas. Explico melhor, deve existir compatibilidade física e emocional que viabilize e facilite esta comunicação e ninguém mais apropriado que a célula progenitora que deu origem aquele descendente exerça este papel. Pressupondo que a conexão corpórea que iniciou no ventre materno permanece ad aeternum entre as almas, mas que a limitação do corpo apenas retém reminiscências das comunicações.
Esta simbiose espiritual forma um canal de comunicação indispensável para execução da tarefa desempenhada pelos grandes revolucionários do pensamento e da evolução humana, transformando em realidade os desígnios celestes renovadores, sustentado no mais sublime sentimento.
Evidentemente o exemplo histórico filosófico usado serve apenas como fundamentação para comprovar que o amor fraterno permanece para sempre conosco indiferente da posição evolutiva que nos encontramos, e que a terra e o céu estão em um paralelo vivencial, onde o consciente está para o corpo, assim como o inconsciente está para o espírito.
“Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá”. (Salmos 127:3)
Por Mauro Falcão, em 04.05.2021, para o Portal Leouve e Tábuas da Verdade.