A morfologia do espírito

Hermes Trismegisto, lendária combinação helenística do Deus Grego Hermes e do Deus Egípcio Thoth, foi amplamente estudado pelos gregos e considerado intérprete da Divina Sapiência. Ele acreditava que o ser humano é uma combinação de diferentes corpos e energias interconectadas. Embora essa compreensão do ser humano seja compartilhada por muitos filósofos, as doutrinas focam principalmente seus estudos apenas em dois pontos estruturais do indivíduo, o corpo e o espírito. Contudo, há ainda um terceiro elemento que é o energético. Na Teosofia e em algumas correntes da filosofia Rosa-cruz é chamado de Prâna ou corpo vital.

Este corpo energético é composto por canais e centros de força que interligam nossa estrutura física a não física, também conhecido por “Perispírito”. Utiliza o eletromagnetismo originário de nossas vibrações provocadas por nossos sentimentos. Aparentemente é um elemento acessório, em razão disso, foi negligenciado historicamente pela ciência clássica. No entanto, os elementos que o compõe são a fonte da vida e da consciência.

Descobertas tecnológicas de Einstein, como a energia quântica, cientificaram a compreensão do ser humano por Trismegisto, pois comprova que na superfície do corpo pairam correntes elétricas de baixa intensidade. Estas energias permeiam e delimitam a estrutura corporal. É propriamente a morfologia do espírito ou sua forma.

A interconexão dos pensamentos científicos com o dogmatismo religioso ou filosófico, enquanto emanação de sentimentos vibracionais, foi e ainda é fundamental para utilizarmos esses conhecimentos enquanto a tecnologia ainda não chega. Embora até este momento não tenhamos pleno entendimento deles, as orações e as meditações podem ser chaves que abrem a porta deste mundo ainda pouco explorado. A energia que emana do universo e de cada indivíduo é um conceito que pode ser encontrado em vários estudos. A compreensão dessa força pode ser alcançada por práticas comuns da religiosidade na busca do Divino. Como disse Khalil Gibran, “você é a energia que emana do universo, e o universo é a energia que emana de você”.

A ciência e a filosofia podem se complementar na busca por uma compreensão mais profunda da natureza e da humanidade. Muitas doenças estão depositadas neste corpo etéreo, emergindo para o corpo físico. Mas para a medicina aceitar este fato, precisa se desapegar da superioridade do cientificismo e acreditar outras formas de percepção da realidade, abrindo caminho para novos tratamentos. Negar a relação entre a saúde física e a constituição deste fenômeno, comprovado por exames consagrados como o eletrocardiograma, seria contrariar a própria ciência. A união dos conhecimentos fragmentados da medicina está sendo obstaculizada pela relação empresarial. É necessário enxergar que não podemos ficar enclausurados pelo poder explicativo desvirtuado. Precisamos buscar entender e cuidar do corpo energético, a fim de promover o equilíbrio e a saúde do ser humano.

Em resumo, saber que somos uma parte integrante do universo e a importância da conexão com a energia cósmica que permeia tudo e todos é um tema que merece maior atenção. Compreender que a relação entre corpo e alma é uma visão holística do ser humano e que somos mais do que a soma das partes físicas e mentais.