Depois do colapso provocado pelas chuvas de maio de 2024, a BR-470, entre Bento Gonçalves e Veranópolis, ainda vive uma intensa rotina de obras. Em apenas 24 quilômetros, o trecho registrou 102 pontos de queda de barreira, com oito rupturas completas da pista. Hoje, o desafio vai além de recuperar: é transformar a rodovia em uma estrutura mais segura e resiliente diante de eventos extremos.
Segundo o DNIT, mais de R$ 700 milhões já foram contratados para reconstrução e prevenção. Um dos destaques é a instalação de cortinas atirantadas, técnica que cria paredes de concreto ancoradas com barras de aço tensionadas para segurar o solo.
“Falando de forma simples, é uma estrutura que resiste de maneira ativa aos esforços do terreno”, explica o engenheiro Bruno Macaé, que atua nas obras.
Além disso, estão previstos dois novos viadutos, projetados para reduzir drasticamente o impacto de futuros deslizamentos.
“A ideia é não só reconstruir, mas deixar a rodovia mais preparada para enfrentar novos eventos dessa magnitude”, ressalta Adalberto Jurach, chefe da Unidade Local do DNIT em Passo Fundo.
O diretor de Planejamento e Pesquisa do DNIT, Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, destaca que as soluções adotadas são inovadoras e fundamentais para garantir a segurança dos usuários.
“Com as novas estruturas de contenção e os viadutos, a chance de a rodovia ser afetada novamente cai consideravelmente”, afirma.
As frentes de trabalho permanecem ativas ao longo de toda a rodovia, com o desafio de manter o tráfego liberado, ainda que parcialmente, enquanto as obras avançam. A meta do DNIT é devolver a trafegabilidade completa à população o mais rápido possível.
Sistema de comboio
Atualmente, a Serra das Antas, entre Bento Gonçalves e Veranópolis, opera no sistema de comboio, com tráfego controlado entre o km 185 e o km 202. À noite, das 23h às 6h, o trecho permanece totalmente bloqueado. O esquema busca garantir a segurança e permitir que as obras avancem com rapidez.