O TikTok quase foi banido nestes países: saiba os motivos

Entenda por que o TikTok quase foi banido em países como União Europeia, Reino Unido, Austrália, Canadá, França, Paquistão e Albânia.

O TikTok quase foi banido nestes países saiba os motivos
O TikTok quase foi banido nestes países

Você já parou para pensar como um aplicativo de vídeos curtos conseguiu mexer com governos do mundo inteiro? O TikTok, que para muitos é apenas diversão e criatividade, também virou sinônimo de polêmica. Entre discussões sobre segurança cibernética, coleta de dados e influência política, vários países chegaram a ameaçar ou até aplicar restrições ao app. A questão é que, por trás das dancinhas e trends virais, existe um debate acalorado sobre privacidade, espionagem digital e poder das big techs.

TikTok e as preocupações da União Europeia

A União Europeia tem se mostrado cada vez mais rigorosa quando o assunto é proteção de dados dos cidadãos. O TikTok entrou no radar de reguladores justamente pela forma como coleta e armazena informações. Em 2023, a Comissão Europeia proibiu que o aplicativo fosse instalado em celulares corporativos de funcionários, alegando risco à cibersegurança. Para o bloco, a vulnerabilidade não estava apenas no uso individual, mas também na possibilidade de manipulação de informações sensíveis que poderiam influenciar políticas públicas ou até eleições.

Reino Unido segue a mesma linha de cautela

O Reino Unido acompanhou a postura da União Europeia e restringiu o TikTok em dispositivos governamentais. O argumento foi semelhante: reduzir riscos de espionagem e proteger dados de funcionários públicos. Embora a proibição não tenha se estendido à população em geral, o recado foi claro. Para o governo britânico, não se trata apenas de um aplicativo de entretenimento, mas de um potencial vetor de coleta de dados em massa.

Austrália e Canadá entram no debate

Na Austrália, a preocupação é antiga. O país tem uma relação tensa com a China em questões geopolíticas e de segurança. Por isso, em 2023, o parlamento australiano decidiu banir o TikTok de celulares usados por políticos e servidores. No Canadá, a decisão foi parecida: celulares governamentais não podem ter o app instalado. O primeiro-ministro Justin Trudeau chegou a dizer que “a segurança digital dos cidadãos não é negociável”. O discurso reflete uma percepção global de que aplicativos controlados por empresas chinesas precisam ser vistos com cautela.

França endurece ainda mais

A França, conhecida por seu posicionamento firme em relação à privacidade, também adotou medidas duras. O governo proibiu o uso de TikTok em dispositivos oficiais, junto com outros aplicativos considerados arriscados. A justificativa foi clara: a administração pública não pode correr o risco de ter dados estratégicos comprometidos por empresas que podem ser influenciadas por governos estrangeiros. Esse posicionamento reforça a narrativa de que a questão vai muito além do lazer.

Paquistão e Albânia aplicaram banimentos temporários

Em alguns países, a situação foi ainda mais extrema. O Paquistão chegou a banir o TikTok diversas vezes, alegando que o conteúdo da plataforma era “imoral” e que havia falhas no monitoramento de vídeos inadequados. Embora o foco inicial fosse mais cultural e religioso, o debate também esbarrou em preocupações com segurança digital. Já a Albânia restringiu o aplicativo temporariamente durante as eleições, sob a justificativa de evitar manipulação de informações e desinformação em massa. Isso mostra como a plataforma não é vista apenas como entretenimento, mas também como um canal de impacto político.

A influência global do aplicativo

Se por um lado governos discutem proibições e limitações, por outro o TikTok segue crescendo em popularidade. São mais de um bilhão de usuários ativos mensais em todo o mundo, e a maioria é formada por jovens. Essa geração se comunica, aprende e até consome notícias dentro do app. É justamente essa força de influência que preocupa. Se uma rede social consegue moldar hábitos, opiniões e até comportamentos, ela também pode ser vista como uma ferramenta de poder.

Segurança cibernética em primeiro plano

O cerne de toda essa discussão é a segurança cibernética. Governos temem que dados sensíveis dos cidadãos, como localização, preferências e contatos, possam ser acessados por entidades estrangeiras. Há ainda receio de que o algoritmo seja manipulado para amplificar determinados conteúdos políticos ou sociais. Essas preocupações não são exclusivas do TikTok, mas o fato de a empresa ser chinesa e operar sob regras de um regime autoritário aumenta as suspeitas no Ocidente.

O dilema entre liberdade e controle

Para os usuários comuns, as medidas podem parecer exagero. Afinal, muitos usam o TikTok apenas para ver receitas, truques de maquiagem ou vídeos engraçados. Mas, para os governos, a discussão é outra. O dilema está em equilibrar a liberdade de acesso à tecnologia com a necessidade de proteger dados nacionais e individuais. Isso explica porque os banimentos se concentram, na maioria das vezes, em dispositivos governamentais, e não em toda a população.

O futuro do TikTok no cenário global

O que se desenha é um futuro incerto. Enquanto alguns países podem adotar medidas ainda mais restritivas, outros podem seguir apenas com monitoramento rígido. O certo é que a pressão sobre o TikTok deve continuar crescendo, especialmente à medida que a influência da plataforma se expande para áreas como comércio eletrônico e até política. Para os governos, o aplicativo virou uma espécie de “cavalo de Troia digital”. Para os usuários, continua sendo fonte de diversão, criatividade e oportunidades.

A questão que fica é: até onde governos podem ou devem intervir na forma como usamos as redes sociais? O debate sobre o TikTok é apenas um retrato de um desafio muito maior: viver em um mundo cada vez mais conectado sem abrir mão da privacidade e da segurança.