
Andar de carro em nossas cidades está cada vez mais desafiador, ao menos em Porto Alegre, não sei como é na sua cidade, na grande maioria das ruas que passo (e ando muito no dia), a experiência de desviar de buracos, tampas de bueiros, lidar com pneus cordados por pancadas, não têm sido uma experiência sensorial muito saldável, assim como a experiência sensorial de botar a mão no bolso para arrumar estas avarias, também não é das melhores.
A IA está nos levando a uma fronteira onde a linha entre o que é “sentido” naturalmente e o que é “percebido” ou “criado” artificialmente se torna cada vez mais tênue. Não é apenas sobre ver e ouvir, mas sobre sentir de uma nova forma, e isso tem implicações profundas para como vivemos, consumimos e interagimos com o mundo. E ainda não estamos dando a devida atenção psicológica sobre estes impactos, mas isto é assunto para outro momento e, esta conta vai vir!
Esta experiência de tecnologia não está apenas mudando o que você ouve, mas redefinindo sua experiência auditiva, permitindo uma imersão e um controle do ambiente sonoro que era impensável há poucos anos atrás. E se a tecnologia já faz isto com sua audição, imagine o que ela está começando a fazer com a visão, com o tato e até mesmo o paladar e o olfato.
O que podemos entender é que a IA já transformou a forma como interagimos com informações e tecnologia. Pesquisar no Google é coisa do passado! Ela está redefinindo, amplificando e até mesmo criando novas experiências nos sentidos! Não estou falando apenas de ver imagens geradas por IA, mas de um mergulho bem mais profundo na percepção sensorial.
Na visão a IA já otimiza câmeras de celular, edita fotos, vídeos, de forma automática gera novos cenários, cria ambientes virtuais tão realistas que enganam nosso cérebro. Na audição, fones de ouvidos com cancelamento de ruídos, adaptativos ao ambiente, assistentes sonoros. E no tato e na interação? Interfaces hápticas aprimoradas por IA em games ou dispositivos, luvas que simulam texturas em RV, o toque digital vem se tornando cada vez mais real, só que não, mas sim!
Olfato e Paladar, o maior desafio! O mais complexo, já existem avanços, muitas pesquisas para desenvolver novos sabores em alimentos e bebidas ou até para criar perfis olfativos em fragâncias. Neste caso estamos falando de mapeamento de moléculas para criar novos paladares, etc.
A distorção da realidade pode criar experiência tão realistas, que fica a pergunta. Como distinguimos o real do artificial? É fake? Manipulado? O uso excessivo de experiências sensoriais perfeitas estão cada vez nos tornando menos sensíveis ao mundo real. A personalização de experiências sensoriais baseiam-se em dados. E o que fazer para garantir a privacidade e evitar consequências destas realidades virtuais vazadas?
O que nos espera
Focar em como as empresas estão explorando estas realidades virtuais (e irão usar mais) a IA para otimizar o engajamento do consumidor através da experiência sensorial é um caminho sem volta. Cidades inteligentes que otimizam sua rotina com iluminação, som ambiente, odores para melhorar a qualidade de vida.
A Essência da Experiência Humana jamais deve ser perdida, se a IA pode simular emoções e sentido, o que nos torna e nos manterá fundamentalmente humanos, num futuro próximo?