China desafia a SpaceX: novo foguete ZhuQue-3 (ZQ-3) promete mudar o rumo da corrida espacial

Foguete ZhuQue-3 - Foto: Divulgação Landscape
Foguete ZhuQue-3 - Foto: Divulgação Landscape

A corrida espacial ganhou um novo competidor de peso. A China acaba de dar um passo gigante ao testar o ZhuQue-3 (ZQ-3), seu primeiro foguete pesado reutilizável. O lançamento de teste, feito pela empresa privada LandSpace, coloca o país em rota direta de competição com a americana SpaceX, que até agora liderava esse segmento. Essa nova conquista mostra que os chineses estão determinados a dominar também o espaço — e com estilo.

O novo foguete chinês que promete revolucionar

O ZhuQue-3 (ZQ-3) é o foguete mais poderoso já desenvolvido por uma empresa privada na China. Ele tem 66 metros de altura e é feito de aço inoxidável, o mesmo tipo de material usado pela SpaceX no Starship. A escolha não é à toa: o aço suporta altas temperaturas e permite que o foguete seja reutilizado várias vezes, reduzindo custos e o impacto ambiental.

Outra inovação está no combustível. Em vez do querosene usado em foguetes mais antigos, o ZhuQue-3 (ZQ-3) utiliza metano líquido e oxigênio líquido, uma mistura mais eficiente e menos poluente. Essa combinação oferece potência, estabilidade e facilita a recuperação dos estágios após o lançamento.

Com essa tecnologia, o foguete será capaz de levar até 18 toneladas para a órbita baixa da Terra quando reutilizado, e cerca de 21 toneladas em missões sem recuperação. Esses números mostram que a China quer disputar espaço — literalmente — com os maiores players do setor.

O teste que marcou o início de uma nova era

Em 20 de outubro de 2025, a LandSpace realizou um teste fundamental para o ZhuQue-3 (ZQ-3): uma ignição estática, que é quando o foguete é preso à base de lançamento e seus motores são acionados em potência máxima. Esse procedimento serve para verificar se tudo funciona bem antes de um voo real.

O resultado foi considerado um sucesso completo. O foguete respondeu bem, os motores se mantiveram estáveis e o sistema de controle mostrou eficiência. Com isso, a empresa confirmou que o primeiro voo orbital deve acontecer ainda no final de 2025, e há planos de tentar recuperar o primeiro estágio logo nesse teste. Se der certo, será um marco histórico para a China.

Esse avanço não é isolado: ele faz parte de uma estratégia maior. A China já domina os lançamentos com foguetes descartáveis da família Long March, mas quer agora entrar de vez na era da reutilização, que reduz custos e permite mais missões por ano. Isso pode tornar o país um dos líderes do mercado espacial comercial, competindo com empresas como SpaceX e Blue Origin.

Por que isso é importante para o mundo

Os foguetes reutilizáveis estão mudando completamente o setor espacial. Antes, cada lançamento exigia um novo veículo, o que custava milhões de dólares. Agora, com a possibilidade de usar o mesmo foguete várias vezes, as missões ficam mais baratas e acessíveis. Isso abre caminho para o envio de mais satélites, pesquisas científicas e até projetos de turismo espacial.

Com o ZhuQue-3 (ZQ-3), a China entra nessa disputa prometendo reduzir ainda mais os custos e aumentar a frequência dos voos. Isso deve provocar uma verdadeira revolução no mercado, forçando outras empresas a acelerar suas inovações. Além disso, o país ganha um peso estratégico enorme, já que o domínio de tecnologias espaciais tem impacto direto em comunicações, segurança e pesquisa científica.

O que ainda precisa ser provado

Apesar do sucesso nos testes de solo, o ZhuQue-3 (ZQ-3) ainda precisa comprovar sua capacidade em voo real. A maior dúvida é se ele conseguirá pousar o primeiro estágio de forma controlada — algo que a SpaceX já faz há anos. Essa etapa é essencial para confirmar que o foguete pode realmente ser reutilizado diversas vezes.

Outro desafio está na infraestrutura necessária para recuperar e preparar o foguete para novos voos. Isso exige sistemas complexos de pouso, transporte e manutenção, que ainda estão em desenvolvimento. Mesmo assim, a China já mostra que está preparada para enfrentar esses obstáculos.

Foguete ZhuQue-3 - Foto: Divulgação Landscape
Foguete ZhuQue-3 – Foto: Divulgação Landscape

O impacto para o Brasil e a América Latina

Para países como o Brasil, a chegada de novos players espaciais pode ser uma boa notícia. Mais concorrência significa lançamentos mais baratos e mais oportunidades para colocar satélites em órbita. Isso pode beneficiar universidades, startups e empresas de telecomunicação que dependem desse tipo de serviço.

Além disso, o avanço chinês estimula o debate sobre o papel do Brasil no setor espacial, que possui estrutura em Alcântara, no Maranhão, mas ainda carece de investimentos e acordos internacionais mais robustos.

Um novo capítulo na corrida espacial

O teste do ZhuQue-3 (ZQ-3) mostra que a China está determinada a conquistar o espaço com tecnologia própria. Ainda há desafios pela frente, mas o país já provou que pode competir de igual para igual com gigantes como a SpaceX.

Se o primeiro voo orbital acontecer como planejado, o mundo pode estar prestes a presenciar uma nova era de lançamentos espaciais, mais econômicos, sustentáveis e acessíveis. E, dessa vez, a bandeira vermelha da China promete brilhar alto — não só na Terra, mas também lá no alto, entre as estrelas.