Quem cresceu nos anos 80 e 90 tem uma memória afetiva muito clara: chegar em casa da escola, fazer a lição correndo e ligar a televisão para jogar videogame. Os consoles não eram apenas aparelhos eletrônicos; eram portais para mundos de aventura, esportes e competições entre amigos. Cada geração tinha o seu preferido, e até hoje os consoles continuam sendo símbolo de nostalgia para milhões de brasileiros de meia idade que viveram o auge dessa cultura.
Consoles que moldaram uma geração
Quando falamos em consoles, estamos falando de muito mais do que tecnologia. Esses aparelhos definiram linguagens visuais, inspiraram amizades e até ajudaram a criar o que conhecemos hoje como a indústria de entretenimento digital. O impacto deles não foi só dentro de casa, mas também nas locadoras de bairro, nas festas de família e nas longas tardes de desafio com vizinhos.
Atari 2600: o pioneiro inesquecível
Lançado oficialmente no Brasil pela Polyvox no início dos anos 80, o Atari 2600 foi o primeiro contato de muitos com os videogames. Seus gráficos simples e joystick de um botão podiam parecer limitados, mas títulos como River Raid, Enduro e Pitfall marcaram época. Quem viveu esse tempo lembra da emoção de soprar o cartucho e da dificuldade dos jogos, que exigiam paciência e reflexos rápidos.
Master System: o rival carismático
Nos anos 90, a Tec Toy trouxe para o Brasil o Master System, console da SEGA que se tornou febre. Era visto como um concorrente direto da Nintendo, mas ganhou um espaço único no coração dos brasileiros. Alex Kidd in Miracle World, que vinha na memória do console, virou sinônimo de infância. Os comerciais da época e a parceria da SEGA com a Tec Toy fizeram desse console um ícone de acessibilidade e diversão.
Mega Drive: velocidade e atitude
Ainda pela SEGA, o Mega Drive elevou a experiência com gráficos melhores e jogabilidade mais fluida. O sucesso veio com personagens como Sonic, que se tornou ícone da cultura pop. Esse console marcou os encontros com amigos para jogar Street Fighter II ou Mortal Kombat, competições que se tornaram lendas nos bairros. Foi o período em que os videogames começaram a ser vistos como um passatempo de atitude, com trilhas sonoras e personagens que influenciaram moda e comportamento.
Super Nintendo: o queridinho eterno
O Super Nintendo talvez seja o console mais lembrado com carinho por brasileiros de meia idade. Jogos como Super Mario World, The Legend of Zelda: A Link to the Past e Donkey Kong Country fizeram parte de uma biblioteca de clássicos inesquecíveis. Quem teve o privilégio de ter o aparelho em casa recorda as tardes gastas em fases desafiadoras e o impacto da música envolvente. O SNES também marcou a popularização dos campeonatos entre amigos no sofá da sala.
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PlayStation 1: a revolução em CDs
Em meados dos anos 90, a Sony entrou no mercado com o PlayStation 1 e mudou tudo. O console popularizou os CDs e trouxe gráficos em 3D que impressionaram a todos. Jogos como Winning Eleven, Resident Evil e Final Fantasy VII marcaram época. O PlayStation virou febre nas locadoras, onde amigos se reuniam para jogar campeonatos e gastar horas. Foi um divisor de águas que transformou o videogame em fenômeno de massa no Brasil.
Nintendo 64: multiplayer e inovação
O Nintendo 64 ficou conhecido pelo controle exótico de três pontas e pelos jogos que reinventaram a jogabilidade em 3D. Super Mario 64 e The Legend of Zelda: Ocarina of Time estão entre os melhores títulos da história dos videogames. Mas o maior impacto no Brasil foi o modo multiplayer, que reunia quatro pessoas na frente da TV para partidas épicas de Mario Kart ou GoldenEye 007. Para muitos, foi o console que mais incentivou a diversão coletiva.
PlayStation 2: o campeão de vendas
Se existe um console que definiu os anos 2000, foi o PlayStation 2. Até hoje é um dos videogames mais vendidos do mundo e o preferido de uma geração inteira de brasileiros. Além de rodar DVDs, o console tinha uma biblioteca vasta e acessível, com clássicos como GTA: San Andreas, God of War e Pro Evolution Soccer. O PS2 foi também o responsável por transformar o videogame em peça obrigatória em praticamente todas as casas e locadoras.
Um elo entre gerações
Esses consoles não foram apenas objetos de consumo; foram pontes entre pais e filhos, entre amigos e vizinhos. Eles moldaram comportamentos, criaram histórias que ainda são lembradas em rodas de conversa e até hoje aparecem em feiras de colecionadores e grupos de nostalgia na internet. Para os brasileiros de meia idade, relembrar esses videogames é também revisitar a infância e os laços que se formaram ao redor da tela.
No fim, cada console carrega não só tecnologia, mas também emoções. Eles são lembrados com carinho porque representam um tempo em que o simples ato de ligar a TV e pegar o controle era suficiente para criar memórias eternas.
