A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e com previsão de entrada em vigor em 1º de agosto, já provoca reações entre empresários brasileiros. Em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, onde está concentrado um dos principais polos moveleiros do país, a medida é vista com preocupação.
A presidente do Sindmóveis-BG, Cíntia Weirich, avalia que a medida, se aplicada, pode causar prejuízos expressivos às exportações da região.
“Os Estados Unidos são os principais compradores dos móveis produzidos aqui, respondendo por cerca de 16% das vendas externas. Uma taxação desse porte comprometeria nossa competitividade no mercado norte-americano e seria difícil recuperar esse espaço”, afirmou.
Ela também destacou a expectativa de que haja diálogo diplomático.
“Estamos atentos às ações do governo federal e torcemos por uma solução pacífica, que evite prejuízos à economia brasileira”, concluiu.
Reação do governo brasileiro
Diante do cenário, o governo brasileiro reagiu. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta segunda-feira (14) o decreto que regulamenta a chamada lei da reciprocidade econômica. A norma, sancionada em abril, permite ao Brasil adotar contramedidas comerciais em resposta a barreiras impostas por outros países que prejudiquem a economia nacional.
Embora o decreto não cite países específicos, sua publicação ocorre em meio à decisão de Trump. A regulamentação estabelece os procedimentos para a adoção de sanções comerciais e determina que eventuais medidas levem em conta o impacto interno, a fim de evitar custos excessivos à economia brasileira.