PREOCUPAÇÃO

Gramado barra abertura de novos hotéis e restaurantes para evitar colapso urbano

A medida, anunciada nesta semana, busca conter o avanço desordenado da infraestrutura turística e evitar problemas agravantes de mobilidade, saneamento e abastecimento de água.

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Foto: Divulgação / Prefeitura de Gramado

Gramado e Rio Grande do Sul - A Prefeitura de Gramado decidiu suspender, até o final de 2025, a emissão de novos alvarás para hotéis com mais de 20 apartamentos e restaurantes com mais de 20 lugares na região central da cidade. A medida, anunciada nesta semana, busca conter o avanço desordenado da infraestrutura turística e evitar problemas agravantes de mobilidade, saneamento e abastecimento de água.

Hoje, Gramado já contabiliza 216 hotéis e 24,7 mil leitos de hospedagem, além de 318 restaurantes que somam 26 mil cadeiras. Segundo o prefeito Nestor Tissot, há 13 empreendimentos hoteleiros em construção e outros 33 projetos em análise na Secretaria de Planejamento. Caso todos saiam do papel, a cidade atingirá 36,1 mil leitos em até cinco anos.

Na área gastronômica, a Secretaria da Fazenda e a Vigilância Sanitária analisam mais 43 solicitações para abertura de novos restaurantes. Apesar disso, a suspensão atinge apenas a zona central — principalmente nas imediações da Rua São Pedro e da Avenida Borges de Medeiros.

Suspensão de Alvarás e Impacto no Turismo

“Não vamos travar os projetos que já estão em tramitação. A medida vale apenas para novos pedidos”, afirmou Tissot. O vice-prefeito, Luia Barbacovi, justificou a decisão com base na taxa de ocupação hoteleira, que não passou de 60% nos últimos quatro anos. “É preciso preservar a saúde financeira dos empreendimentos já existentes”, alertou.

Barbacovi também destacou o impacto urbano.

“A região central não comporta mais tanto crescimento. O excesso pode ser prejudicial. Vamos usar os próximos seis meses para dialogar com entidades e empresários e discutir critérios mais equilibrados para o futuro”, afirmou.

Gramado recebe cerca de 800 mil turistas só no mês de julho, e mais de 2 milhões entre outubro e janeiro, durante o Natal Luz. Mesmo com a vocação turística consolidada, a prefeitura quer evitar que o desenvolvimento comprometa a qualidade de vida de moradores e visitantes.