Charles Neto, diretor comercial da Sulgás, abordou o gás natural como vetor para o desenvolvimento para pequenas e médias da Serra Gaúcha. Ao citar os benefícios, ele também abordou os plano de expansão da companhia. Ele foi o palestrante da Reunião-Almoço (RA) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul nesta segunda-feira (23).
O diretor explicou que o país tem 50 mil quilômetros de distribuição de gás natural, abaixo de países como México (260 mil) e Estados Unidos, com dois milhões de quilômetros. O produto chega ao estado depois de passar por Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A distância atrapalha a chegada em maior escala em solo gaúcho. Ele defendeu a ampliação do transporte via gasoduto a partir do Paraná e a busca pelo gás natural da Argentina. Contudo, ao contrário do passado, atualmente o Brasil é menos dependente do gás boliviano. Há também origens no pré-sal e no gás natural liquefeito (GNL).
Ele relatou o projeto “Mais Gás Natural para Indústrias”, que prevê investimento de R$ 250 milhões em dez anos, sendo R$ 120 milhões para incentivar a conversão de equipamentos e R$ 130 milhões para a construção de nova infraestrutura de rede. A companhia constatou a presença de diversas empresas próximas a rede já existente. Complementou que diante da aprovação do plano de expansão, os recursos poderão ser aportados a partir do próximo ano. O plano prevê o atendimento a 365 novas indústrias no estado, sendo 40% na Serra Gaúcha. Além de Caxias, a expansão abrange cidades como Bento Gonçalves, Garibaldi, Farroupilha e a região das Hortênsias.
Caxias do Sul conta com 172 km de gasoduto, 27 clientes industriais, 53 clientes comerciais e 2.649 residenciais. A tarifa é composta por 53% pelo preço, 13% de transporte, 13% de distribuição e 21% de tributos. Nesse sentido, o diretor da Sulgás reclamou que o gás natural tem incentivo zero no RS e questionou a busca pela descarbonização diante da ausência de políticas.
“O gás natural ele faz parte de uma matriz que gera segurança energética para o Estado. Ele ajudou a usina térmica de Canoas a produzir energia para região metropolitana na enchente do ano passado. O incentivo poderá facilitar que mais investimentos sejam feitos em infraestrutura tanto pela Sulgás tanto pelo consumidor final”, pontuou.
Além disso, o diretor da Sulgás apresentou iniciativas como os corredores verdes, uma rede de postos para abastecimento de veículos pesados com GNV em alta vazão. Reforçou ainda os benefícios ambientais do gás natural, que proporciona menor emissão de particulados e gases poluentes, facilita processos de licenciamento e garante uma queima mais limpa e eficiente.