RELATÓRIO

Puxada pelo comércio, economia de Caxias do Sul cresce 0,6% em maio

Comércio avançou 3,1%, Indústria teve leve alta de 0,6%, enquanto o setor de Serviços recuou -0,7%. Comparativo é com o mês de abril

Foto: Denise Suzin Borges/CIC Caxias
Foto: Denise Suzin Borges/CIC Caxias

A economia de Caxias do Sul registrou crescimento de 0,6% em maio na comparação com abril, conforme aponta o relatório econômico divulgado pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) nesta quinta-feira (3).

O desempenho positivo foi impulsionado principalmente pelo setor do Comércio, que avançou 3,1% no mês. A Indústria também teve leve alta de 0,6%, enquanto o setor de Serviços recuou -0,7%, o que atenuou o resultado geral.

O diretor de Planejamento, Economia e Estatística da CIC Caxias Tarciano Mélo Cardoso avalia que o desempenho da economia de maio reflete uma acomodação geral, perceptível em todo o País e que também atinge Caxias do Sul. Segundo ele, embora o município tenha uma base industrial forte, voltada para bens de capital e tradicionalmente impulsionada pelo agronegócio, o cenário atual é de cautela.

“Mesmo com uma supersafra, o produtor hesita em investir diante dos juros elevados e da incerteza sobre o futuro”, apontou.

Essa desconfiança, segundo Cardoso, tem enfraquecido o ritmo da indústria e, por consequência, impactado o comércio e os serviços, que também vêm demonstrando lentidão.

Comparativo

Na comparação com maio de 2024, o avanço foi mais expressivo: alta de 6,4%, com destaque para os Serviços, que cresceram 11,4%. O Comércio subiu 8,2% e a Indústria apresentou incremento de 3,1%. É importante lembrar que, no mesmo período do ano passado, a atividade econômica foi impactada pelas fortes chuvas que afetaram toda a cadeia produtiva regional.

No acumulado do ano, no entanto, a economia caxiense aponta para estabilidade, com variação positiva de apenas 0,2%. Os Serviços acumulam crescimento de 7% e o Comércio de 1,4%. A Indústria, por sua vez, registra retração de -4%, reflexo de quedas sucessivas nas vendas e menor utilização da capacidade instalada.

No indicador dos últimos 12 meses, o crescimento acumulado da economia local é de 3,5%. O setor de Serviços segue como destaque, com alta de 9,7%. Comércio e Indústria apresentam avanços mais modestos, de 1% e 0,8%, respectivamente. O relatório aponta uma desaceleração gradual no ritmo da atividade econômica, influenciada por fatores como juros elevados, incertezas macroeconômicas e menor confiança empresarial.